Em 3 de Janeiro de 1875 foram-me mostradas muitas coisas relativas aos grandes e importantes interesses em Battle Creek na obra da Sociedade de Publicações, da escola e do Instituto de Saúde. Se estas instituições fossem corretamente dirigidas, elas promoveriam bastante a causa de Deus na disseminação da verdade e na salvação de almas. Estamos vivendo em meio aos perigos dos últimos dias. Somente consagração a Deus pode capacitar qualquer um de nós para ter uma parte na solene e importante obra final para este tempo. Há bem poucos homens totalmente desprendidos para preencher posições de responsabilidade, poucos que se entregaram sem reservas a Deus para ouvir Sua voz e buscar Sua glória. Há bem poucos que dariam, se preciso, sua vida para promover a causa de Deus. No entanto, é justamente dedicação como esta que Deus pede.
As pessoas se enganam pensando que estão servindo a Deus quando estão servindo a si mesmas e fazendo dos interesses da causa e obra de Deus uma questão secundária. Seu coração não é consagrado. O Senhor não Se compraz nos serviços desta classe. De tempos em tempos, à medida que a causa tem progredido, Ele tem na Sua providência designado homens para preencher posições em Battle Creek. Estes homens poderiam ter assumido cargos importantes se tivessem se consagrado a Deus e devotado suas energias à Sua obra. Tais homens escolhidos por Deus precisam exatamente da disciplina que a dedicação à Sua obra lhes daria. Ele os honraria unindo-os a Si mesmo e dando-lhes Seu Espírito Santo para qualificá-los para as responsabilidades que foram chamados a desempenhar. Eles não podiam obter aquela amplitude de experiência e conhecimento da vontade divina a menos que estivessem em posição de assumir obrigações e responsabilidades.
Ninguém deve se enganar pensando que, ao ligar-se à obra de Deus em Battle Creek, terá menos cuidados, trabalho menos árduo e menos provações. Satanás está mais ativo onde mais se faz para promover a verdade e salvar almas. Ele compreende a natureza humana, e não deixará estes homens sozinhos se há qualquer possibilidade deles se tornarem mais semelhantes a Cristo e obreiros mais úteis na causa de Deus. Satanás faz seus planos para forçar suas tentações sobre os homens a quem Deus indicou que aceitaria que participassem de Sua obra. É a intenção de Satanás saber como melhor fazer guerra contra os propósitos de Deus e derrotá-los. Ele está a par tanto dos pontos fracos como dos fortes no caráter dos homens. E de modo sutil ele atua com "todo engano da injustiça" (2 Tessalonicenses 2:10) para frustrar os propósitos de Deus, atacando os pontos fracos de seu caráter; e quando isto é feito, o caminho está preparado para que ele ataque e vença os pontos fortes. Ele obtém o controle da mente e cega o entendimento. Leva homens que estão confusos e derrotados por suas artimanhas a terem confiança em si mesmos e auto-suficiência no exato momento em que estão mais fracos em força moral. Eles enganam a si mesmos e pensam que estão em boa condição espiritual.
O inimigo lançará mão de tudo que puder usar a seu favor para destruir almas. Testemunhos têm sido apresentados a favor de indivíduos que ocupam posições importantes. Eles começam bem a desempenhar responsabilidades e a fazer sua parte na obra de Deus. Mas Satanás os persegue com suas tentações, e eles são afinal vencidos. Quando outros contemplam sua conduta errada, Satanás sugere à mente deles que deve haver um erro nos testemunhos dados a tais pessoas, de outro modo estes homens não se teriam demonstrado indignos de ter uma parte na obra de Deus.
Isto é justamente o que Satanás planejou que fosse. Ele lançaria dúvida quanto à luz que Deus tinha dado. Estes homens poderiam ter resistido às tentações de Satanás se tivessem sido vigilantes e cautelosos, sentindo sua insuficiência própria e confiando no nome e no poder de Jesus para permanecerem fiéis ao dever. Mas deveria se ter em mente que estas condições estiveram sempre ligadas com o encorajamento dado a estes homens, de que se eles mantivessem um espírito desinteressado, se sentissem sua fraqueza e dependessem de Deus, não confiando em sua sabedoria e em seu discernimento, mas fazendo dEle sua força, eles poderiam ser uma grande bênção em Sua causa e obra. Mas Satanás intrometeu-se com suas tentações e triunfou quase todas as vezes. Ele arranjou as circunstâncias de tal maneira para atacar os pontos fracos no caráter destes homens, e eles foram vencidos. Quão vergonhosamente prejudicaram eles a causa de Deus! Quão completamente se separaram dEle seguindo o próprio coração corrupto, sua própria alma pode responder! Mas o dia de Deus mostrará a verdadeira causa de todos os nossos desapontamentos com os homens. A falta não está em Deus. Ele lhes deu promessas animadoras sob condições, mas eles não cumpriram as condições. Confiaram na própria força e caíram em tentação.
O que pode ser dito das pessoas sob certas circunstâncias não se poderá dizer em outras. Os homens são fracos em poder moral e tão supremamente egoístas, tão auto-suficientes e tão facilmente inchados de presunção, que Deus não pode trabalhar com eles, e são deixados a se mover como cegos e a manifestar tão grande fraqueza e loucura que muitos se admiram que tais indivíduos tivessem jamais sido aceitos e reconhecidos como dignos de ter qualquer ligação com a obra de Deus. Isto é justamente o que Satanás planejara. Este foi seu objetivo desde o tempo em que a princípio os seduziu a censurar a causa de Deus e a lançar dúvidas sobre os Testemunhos. Tivessem eles ficado onde sua influência não fosse especialmente sentida sobre a causa de Deus, Satanás não os teria assediado tão ferozmente; pois não poderia ter realizado seu propósito, usando-os como seus instrumentos para fazer uma obra especial.
No progresso da obra de Deus, aquilo que pode ser dito verazmente de indivíduos em certa ocasião pode não ser dito corretamente a seu respeito em outra ocasião. A razão disto é que em determinado mês eles podem ter-se conduzido inocentemente, vivendo à altura da luz que tinham, ao passo que o mês seguinte foi longo o suficiente para que eles fossem derrotados pelas artimanhas de Satanás e, mediante autoconfiança, caíssem em pecados graves e se tornassem desqualificados para a obra de Deus.
A mente humana está tão sujeita à mudança pelas tentações sutis de Satanás que não é a melhor coisa para meu marido ou eu mesma tomar a responsabilidade de expressar nossas opiniões sobre as qualificações de pessoas para preencher diferentes posições, porque ficamos responsáveis pela conduta que tais indivíduos sigam. Não obstante, se tivessem mantido a humildade e a firme confiança em Deus que possuíam quando foram recomendados para assumir responsabilidades, poderiam ter sido as pessoas adequadas para o lugar. Tais pessoas mudam, mas não percebem a mudança em si mesmas. Caem sob tentação, são desviadas de sua constância e cortam sua ligação com Deus. São então controladas pelo inimigo e fazem e dizem coisas que desonram a Deus e desacreditam Sua causa. Então Satanás exulta em ver nossos irmãos e irmãs olhando para nós com dúvida porque demos a estas pessoas encorajamento e influência.