Testemunhos para a Igreja, 5

Capítulo 81

Natureza e Influência dos Testemunhos

À medida que o fim se aproxima e há um contínuo crescimento da obra que tem por objetivo transmitir ao mundo a última advertência, torna-se mais importante para os que abraçaram a verdade possuir uma compreensão clara da natureza e da influência dos Testemunhos que Deus, em Sua providência, vinculou à obra da terceira mensagem angélica desde a sua origem. Nas páginas seguintes, serão apresentados trechos do que escrevi durante os últimos quarenta anos com relação à minha própria experiência inicial nesta obra especial e o que Deus me tem revelado, quanto à natureza e importância dos Testemunhos, a maneira como foram dados e a atenção que devem receber.

"Não muito tempo depois da passagem do tempo em 1844, foi-me concedida a primeira visão. Estava em Portland, em visita a uma querida irmã em Cristo, cujo coração estava enlaçado ao meu. Cinco de nós, todas mulheres, estávamos ajoelhadas silenciosamente no culto familiar. Enquanto estávamos orando, o poder de Deus me sobreveio como nunca o havia sentido antes. Parecia estar cercada de luz, e achar-me subindo mais e mais alto da Terra."1 Nessa ocasião tive uma visão da experiência dos crentes adventistas, da vinda de Cristo e do galardão destinado aos fiéis.

"Em minha segunda visão, cerca de uma semana depois da primeira, o Senhor me apresentou uma perspectiva das provas por que eu iria passar, e disse-me que eu deveria relatar a outros o que Ele me havia revelado. Foi-me mostrado que meus trabalhos encontrariam grande oposição, e meu coração seria ferido pela angústia; mas a graça de Deus seria suficiente para amparar-me em tudo. Fiquei imensamente perturbada com o assunto dessa visão, pois ela indicava o meu dever de ir entre o povo e apresentar a verdade."

"Oprimia-me o grande receio de que, se eu obedecesse ao chamado do dever e fosse declarar-me favorecida do Altíssimo com visões e revelações para o povo, pudesse entregar-me à exaltação pecaminosa, e elevar-me acima da posição que me cumpria ocupar, bem como trazer sobre mim o desagrado de Deus e perder a própria alma. Eu sabia de casos tais, e meu coração recuava ante a severa prova.

"Supliquei então que, se eu devesse relatar o que o Senhor me mostrara, fosse preservada de exaltação. Disse o anjo: 'Suas orações são ouvidas e serão atendidas. Se esse mal que você receia a ameaçar, a mão de Deus estará estendida para salvá-la; por meio de aflições Ele a trará a Si, e preservará sua humildade. Apresente a mensagem fielmente; resista até ao fim, e você comerá do fruto da árvore da vida e beberá da água da vida.'"2

Por esse tempo o fanatismo se apoderara de alguns dentre os que tinham abraçado a primeira mensagem. Sustentavam-se graves erros de doutrina e de prática religiosa, e alguns estavam prontos a condenar fosse quem fosse que não partilhasse o seu modo de ver. Esses erros me foram revelados em visão, enviando-me o Senhor a esses filhos desviados para que lhos declarasse; no desempenho dessa missão, porém, defrontei dura oposição e rijas acusações.

"Era muito penoso para mim relatar aos que erravam o que me havia sido mostrado concernente a eles. Causava-me grande angústia ver outros perturbados ou entristecidos. E, sendo obrigada a declarar as mensagens, queria muitas vezes abrandá-las e fazê-las parecer tão favoráveis às pessoas quanto eu podia, e então ficava a sós e chorava em agonia de espírito. Eu olhava àqueles que pareciam ter apenas a si mesmos para cuidar, e achava que, se estivesse em sua situação, não murmuraria. Era penoso descrever os testemunhos claros e incisivos a mim apresentados por Deus. Ansiosamente aguardava o resultado; e, se as pessoas reprovadas se rebelavam contra a reprovação, e mais tarde se opunham à verdade, eu me perguntava: Terei eu apresentado a mensagem exatamente como devia? Não haveria algum meio de as salvar? E então me oprimia o coração uma angústia tal que muitas vezes achava que a morte seria um bem-vindo mensageiro e a sepultura um suave lugar de descanso.

"Não compreendia o perigo e pecado de tal procedimento, até que em visão fui levada à presença de Jesus. Ele me olhou com o semblante carregado, e desviou o rosto de mim. Não é possível descrever o terror e a agonia que então senti. Prostrei-me sobre o rosto diante dEle, mas não tinha ânimo para proferir uma palavra. Oh, quanto eu desejava ocultar-me e esconder-me daquela terrível expressão sombria! Pude compreender então até certo ponto quais serão os sentimentos dos perdidos, quando clamarem às montanhas e às rochas: 'Caí sobre nós, e escondei-nos da face dAquele que está assentado no trono, e da ira do Cordeiro.' Apocalipse 6:16.

"Imediatamente um anjo me mandou levantar, e o quadro que meus olhos viram dificilmente poderá ser descrito. Diante de mim havia uma multidão, de cabelos desgrenhados e vestes despedaçadas, e cujo rosto era a própria expressão do desespero e terror. Achegaram-se a mim, e roçaram suas vestes nas minhas. Quando olhei às minhas vestes, vi que estavam manchadas de sangue. De novo caí como morta aos pés do meu anjo assistente. Não podia alegar uma desculpa, e desejava estar fora daquele santo lugar. O anjo me pôs de pé, e disse: "Este não é o seu estado agora; mas esta cena lhe foi apresentada para que você saiba qual será sua situação, se negligenciar declarar a outros o que o Senhor lhe revelou."1 Com essa solene advertência bem clara para mim, saí para falar ao povo as palavras de reprovação e ensinamento que o Senhor me comunicara.

Testemunhos individuais

As mensagens que me foram comunicadas para indivíduos, eu as tenho às vezes lançado sobre papel, fazendo-o quase sempre por insistente pedido das pessoas a quem diziam respeito. À medida que o meu trabalho se estendia, isso se tornou uma parte considerável e laboriosa das minhas ocupações. Antes da publicação do Testemunho n 15, numerosos pedidos me foram dirigidos por parte de pessoas que eu aconselhara e repreendera, para dar-lhes esses testemunhos por escrito; sentia-me, porém, de tal forma prostrada em virtude de trabalhos exaustivos, que recuei diante da tarefa, tanto mais que sabia que muitas dessas pessoas eram absolutamente indignas, e que pouca esperança havia de que as advertências recebidas operassem nelas uma mudança decisiva. Nesse tempo recebi grande animação do seguinte sonho que tive:

"Alguém me trouxe uma peça de tecido branco e me incumbiu de cortar dele vestes para pessoas de todos os tamanhos, de todas as condições de vida e de todas as modalidades de caráter. Foi-me ordenado que as cortasse e as deixasse preparadas para serem feitas, quando solicitadas. Tive a impressão de que muitos daqueles para os quais fora incumbida de cortar vestes não as mereciam. Indaguei então se essa era a última peça de tecido que tinha a cortar, ao que me foi respondido que não; que tão depressa houvesse acabado essa, haveria ainda outras para cortar. Senti-me desanimar ante o acúmulo de trabalho que vi diante de mim; verifiquei que estivera empenhada em talhar vestes para outros durante mais de vinte anos e que o meu trabalho não fora apreciado; também não podia ver que houvesse sido de grande benefício. Falei então à pessoa que me trouxera os tecidos, aludindo particularmente a uma mulher, para a qual tinha sido incumbida de cortar uma veste. Observei-lhe que ela não saberia apreciar a veste e que presenteá-la com a mesma seria perder tempo e tecido. Era muito pobre, de pouca cultura, desordenada nos hábitos, de sorte que havia de sujá-la muito breve.

"A pessoa respondeu-me: 'Corte as vestes. É esse o seu dever. O prejuízo não é seu senão meu. 'O Senhor não vê como vê o homem.' 1 Samuel 16:7. Ele distribui o trabalho que deseja ver feito, e 'tu não sabes qual prosperará' (Eclesiastes 11:6), se este ou aquele...

"Levantei então minhas mãos, calejadas como estavam do longo uso das tesouras, e ponderei-lhe que não podia reprimir um sentimento de contrariedade ante a idéia de ter de continuar esse gênero de trabalho. O meu interlocutor respondeu-me:

"'Corte as vestes. Ainda não é tempo de você ser disso dispensada.'

"Com uma sensação de invencível fadiga levantei-me para recomeçar o trabalho. Diante de mim estavam algumas tesouras novas, perfeitamente afiadas, com as quais me pus a trabalhar. Imediatamente senti desaparecer todo o cansaço e desalento; as tesouras pareciam cortar sem que fosse necessário maior esforço da minha parte, e talhava vestes e mais vestes com relativa facilidade."1

Há muitos sonhos que derivam dos fatos ordinários da vida, e com os quais o Espírito de Deus nada tem que ver. "Há também falsos sonhos, bem como falsas visões que são inspirados por Satanás. Mas os sonhos provenientes do Senhor estão classificados na Palavra de Deus juntamente com as visões, e são tão verdadeiramente frutos do espírito de profecia como as visões. Tais sonhos, levando-se em conta as pessoas que os têm e as circunstâncias sob as quais foram dados, contêm suas próprias provas de genuinidade."2

Visto as advertências e instruções ministradas por meio de testemunhos a casos individuais se aplicarem com igual propriedade a muitos outros que não foram neles especialmente mencionados, pareceu-me um dever publicar esses testemunhos individuais em benefício da igreja. No Testemunho n 15, falando da necessidade de assim proceder, disse: "E eu não conheço maneira melhor de apresentar meus pontos de vista sobre os perigos gerais e os erros, e o dever de todos os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos, do que pela publicação destes testemunhos. Talvez não haja meio mais direto e eficaz de tornar público o que o Senhor me tem mostrado."1

Numa visão que tive a 12 de Junho de 1868, foi-me revelado o que plenamente justificava o meu ato de publicar também testemunhos individuais. "Quando o Senhor discrimina casos particulares, especificando os seus erros, outros, que não foram mostrados em visão, freqüentemente os admitem como exatos, ou aproximadamente semelhantes. Se alguém é repreendido por alguma falta especial, os irmãos e irmãs devem examinar cuidadosamente a si mesmos e indagar em que eles próprios têm faltado, e em que se têm feito culpados de idêntico pecado. Devem manifestar um espírito de humilde confissão. Se alguém supõe estar correto, isto não decide seu caso. Deus "olha para o coração". 1 Samuel 16:7. Desse modo, Ele experimenta e prova as pessoas. Ao repreender os erros de alguém, Ele pretende corrigir a muitos. Se estes, porém, deixam de tomar para si a repreensão, lisonjeando-se de que Deus passa por alto os seus erros porque não os aponta individualmente, enganam a si mesmos e se afundam em trevas, sendo abandonados aos próprios caminhos para seguirem "as imaginações de seu coração". Salmos 73:7.

"Muitos não usam de sinceridade consigo mesmos e estão laborando em grande erro quanto sua legítima condição diante de Deus. Deus Se serve de caminhos e meios que melhor satisfazem a Seu propósito, para provar o que há no coração de Seus professos seguidores. Ele torna patentes as faltas de uns, para que outros se dêem por avisados e temam, procurando evitá-las. Pelo exame de si mesmos, podem ver que estão fazendo as mesmas coisas que Deus condena em outros. Se desejam realmente servir a Deus e temem ofendê-Lo, não hão de esperar que primeiro lhes sejam notificados os seus pecados antes que os confessem, mas tornar-se-ão ao Senhor humildemente arrependidos, renunciando aquelas coisas que desagradam a Deus, de conformidade com a luz que outros receberam. Se, pelo contrário, aqueles que estão em faltas vêem que são culpados dos mesmos pecados reprovados em outros, mas contudo continuam a não manifestar nenhum arrependimento, simplesmente porque esses pecados não lhes foram especialmente notificados, correm perigo, subjugados por Satanás à vontade dele."1

"Vi que, na sabedoria de Deus, os erros e pecados de todos não seriam revelados. ... Todos os culpados são igualmente visados por esses testemunhos individuais, embora seus nomes não estejam neles expressamente mencionados; e se tais indivíduos passam por alto e encobrem os próprios pecados porque seus nomes não foram especificamente citados, não serão prosperados por Deus. Não poderão progredir na vida espiritual, mas se aprofundarão cada vez mais nas trevas, até que a luz do Céu seja deles completamente retirada."2

Numa visão que tive há uns vinte anos [1871], "fui instruída a destacar alguns princípios gerais, oralmente e por escrito, e ao mesmo tempo especificar os perigos, erros e pecados de alguns indivíduos, para que todos fossem advertidos, reprovados e aconselhados. Vi que todos devem fazer um exame minucioso de sua consciência para saber se não têm cometido os mesmos erros pelos quais outros foram repreendidos, e se as advertências feitas a outros não se aplicam também ao seu caso. Em caso afirmativo, devem sentir que esses conselhos e repreensões foram dados também a eles, e fazer deles uma aplicação tão prática como se estivessem sido dirigidos especialmente a eles. ... Deus intenta provar a fé de todos os que alegam ser seguidores de Cristo. Ele provará a sinceridade das orações de todos aqueles que dizem ser seu sincero desejo conhecer o próprio dever. Ele tornará claro o dever de cada um, dando a todos uma oportunidade de desenvolver o que está dentro do coração."3

Objetivo dos testemunhos

"Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de profetas e apóstolos. Nestes dias, Ele lhes fala por meio dos testemunhos do Seu Espírito. Nunca houve um tempo no qual Deus instruísse Seu povo mais intensamente do que os instrui agora a respeito de Sua vontade e da conduta que deseja que sigam."1

"O Senhor achou por bem dar-me uma visão das necessidades e erros de Seu povo. Por penoso que me haja sido, tenho exposto fielmente aos ofensores suas faltas e o meio de remediá-las... Assim tem o Espírito de Deus pronunciado advertências e juízos, sem recusar, contudo, a doce promessa da misericórdia. ...

"Os pecadores arrependidos não têm motivo de desesperar-se por lhes serem lembradas suas transgressões e serem advertidos do perigo em que se encontram. Esses próprios esforços em seu favor indicam quanto Deus os ama e deseja salvá-los. Só têm de seguir-Lhe os conselhos e fazer Sua vontade para herdarem a vida eterna. Deus põe os pecados diante de Seu povo errante a fim de que os vejam em toda a sua enormidade à luz da verdade divina. É seu dever então a eles renunciar para sempre." "Caso o povo de Deus reconhecesse Sua maneira de lidar com eles, e Lhe aceitassem os ensinos, encontrariam caminho reto para seus pés, e uma luz para guiá-los por entre as trevas e o desânimo."2

"Não são feitas aos que erram entre os adventistas do sétimo dia advertências e reprovações porque sua vida seja mais repreensível do que a de professos cristãos das igrejas nominais, ou porque seu exemplo e atos sejam piores do que os dos adventistas que não prestam obediência aos reclamos da lei de Deus; mas porque eles têm grande luz, e porque, pela sua profissão de fé, se colocaram como povo especial, escolhido de Deus, tendo Sua lei escrita no coração. Eles mostram sua lealdade ao Deus do Céu prestando obediência às leis de Seu governo. São representantes de Deus na Terra. Qualquer pecado que neles houver os separa de Deus e, de modo especial, desonra-Lhe o nome, pois dá aos inimigos de Sua santa lei ocasião de reprovar Sua causa e Seu povo, o qual Ele chamou 'a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido', a fim de que eles anunciem 'as virtudes dAquele que ... [os] chamou das trevas para Sua maravilhosa luz'. 1 Pedro 2:9. ...

"Mas o Senhor reprova e corrige o povo que professa guardar Sua lei. Aponta-lhes os pecados e manifesta-lhes a iniqüidade, porque deles deseja separar todo pecado e impiedade, a fim de que aperfeiçoem a santidade em Seu temor... Deus os repreende, reprova e castiga, de modo a serem purificados, santificados, elevados, sendo afinal exaltados a Seu próprio trono."1

"Tenho verificado os Testemunhos dirigidos aos observadores do sábado, e fiquei pasmada diante da misericórdia de Deus e do Seu cuidado por Seu povo em dar-lhes tantas advertências, apontar-lhes os perigos e apresentar-lhes a posição elevada que deseja ver ocupada por eles. Se eles se conservassem no Seu amor, separando-se totalmente do mundo, Ele faria repousar sobre eles Sua bênção particular e resplandecer a luz divina ao seu redor. A influência deles para o bem se faria sentir em todos os ramos da obra e em todos os campos de evangelização. Se, porém, deixarem de corresponder ao pensamento de Deus, se continuarem a ter uma compreensão tão acanhada do caráter exaltado de Sua obra como tiveram no passado, sua influência e seu exemplo hão de provar-se uma terrível maldição. Eles farão mal e só mal. O sangue de almas preciosas será encontrado em suas vestes.

"Os testemunhos de advertência têm sido repetidos. Eu pergunto: Quem lhes tem dado atenção? Quem tem sido zeloso em arrepender-se de seus pecados e idolatria, prosseguindo fervorosamente para o 'prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus'? Filipenses 3:14. ... Tenho aguardado ansiosamente, esperando que Deus derrame Seu Espírito sobre alguns e os use como instrumentos de justiça para despertar e colocar em ordem Sua igreja. Tenho quase me desesperado ao ver, ano após ano, maior afastamento daquela simplicidade que Deus me mostrou que deve caracterizar a vida de Seus seguidores. Tem havido cada vez menos interesse na causa de Deus e dedicação a ela. Pergunto: Até que ponto aqueles que professam confiança nos Testemunhos têm procurado viver de acordo com a luz concedida através deles? Até que ponto têm considerado as advertências dadas? Até que ponto têm acatado as instruções recebidas?"1

Não para substituir a Bíblia

Que os Testemunhos não foram dados para substituir a Bíblia, se evidencia da seguinte porção de um testemunho publicado em 1876:

"O irmão J confundiria a mente buscando fazer parecer que a luz que Deus tem dado mediante os Testemunhos é uma acréscimo à Palavra de Deus; mas nisso apresenta a questão sob uma falsa luz. Deus tem julgado adequado trazer desse modo à mente de Seu povo a Sua Palavra para lhe dar mais clara compreensão dela."2 "A Palavra de Deus é suficiente para iluminar o espírito mais obscurecido, e pode ser compreendida por todo aquele que sinceramente deseja entendê-la. Mas não obstante isso, alguns, que dizem fazer da Palavra de Deus o objeto de seus estudos, são encontrados vivendo em oposição direta a alguns de seus mais claros ensinos. Então, para que tanto homens como mulheres ficassem sem desculpa, Deus deu testemunhos claros e decisivos a fim de reconduzi-los à Sua Palavra que eles negligenciaram seguir."1 "A Palavra de Deus tem abundância de princípios gerais para a formação de corretos hábitos de vida, e os testemunhos, gerais e pessoais, têm sido planejados para chamar a sua atenção de modo mais especial para esses princípios."2

Em 3 de Abril de 1871, esse assunto foi-me apresentado num sonho. Pareceu-me estar assistindo a uma importante reunião, a que havia concorrido grande número de pessoas. Muitos estavam inclinados diante de Deus em súplicas fervorosas, parecendo contritos. Insistiam com o Senhor por luz especial. Alguns pareciam estar com o espírito angustiado; seus sentimentos eram intensos e com lágrimas suplicavam em alta voz auxílio e luz. Os nossos mais preeminentes irmãos figuravam nessa impressionante cena. O irmão S estava prostrado no chão, aparentemente muito atribulado. Sua mulher estava sentada no meio de um grupo de insensíveis escarnecedores. Tinha ares de quem dava a entender que votava ao desprezo os que assim se humilhavam.

"Sonhei que o Espírito do Senhor pousou então sobre mim, e que me levantei no meio dos clamores e súplicas e disse: O Espírito do Senhor Deus veio sobre mim. Sinto-me impelida a dizer-lhes que devem começar a trabalhar individualmente por vocês mesmos. Estão olhando para Deus desejosos de que faça por vocês a obra que Ele lhes deu para fazer. Se fizerem aquilo que sabem ser o seu dever, Deus lhes ajudará quando precisarem de auxílio. Deixaram de cumprir o que Deus lhes incumbiu de fazer. Invocam a Deus para que faça o seu trabalho. Se tivessem seguido a luz que Ele lhes deu, Ele teria feito mais luz brilhar sobre vocês; mas já que negligenciam conselhos, advertências e repreensões que lhes foram dados, como podem pretender que Ele lhes dê mais abundante luz e bênçãos somente para negligenciarem e desprezarem? Deus não Se equipara aos homens; dEle não se zomba.

"Tomei a preciosa Bíblia, e agrupei em torno dela os diferentes Testemunhos Para a Igreja, dados ao povo de Deus. Aqui, disse eu, se encontram os casos de quase todos. Os pecados que devem evitar estão neles apontados. Os conselhos que eles buscam podem ser encontrados aqui, apresentados para outros casos que definem situações semelhantes às suas. Deus Se tem agradado de dar-lhes preceito sobre preceito e regra sobre regra. Isaías 28:10. Mas não há muitos entre vocês que sabem realmente o que está contido nos Testemunhos. Vocês não estão familiarizados com as Escrituras. Se tivessem feito da Bíblia o objeto de seus estudos, com o propósito de atingir o padrão bíblico e a perfeição cristã, não necessitariam dos Testemunhos. E porque negligenciaram se familiarizar com o Livro inspirado de Deus, Ele procurou alcançar vocês por meio de testemunhos simples e diretos, chamando a sua atenção para as palavras da inspiração que negligenciaram obedecer, e insistindo com vocês para modelarem a vida de acordo com os seus ensinamentos puros e elevados.

"Por meio dos testemunhos o Senhor Se propõe advertir, repreender e aconselhar Seus filhos, e impressionar-lhes a mente com a importância da verdade de Sua Palavra. Os testemunhos não estão destinados a comunicar nova luz; e sim a imprimir fortemente na mente as verdades da inspiração que já foram reveladas. Os deveres do homem para com Deus e seu semelhante estão claramente discriminados na Palavra de Deus, mas poucos de vocês se têm submetido em obediência a essa luz. Não se trata de escavar verdades adicionais; mas pelos Testemunhos Deus tem facilitado a compreensão de importantes verdades já reveladas, e posto estas diante de Seu povo pelo meio que Ele próprio escolheu, a fim de despertar e impressionar com elas a sua mente, para que todos fiquem sem desculpa.

"Orgulho, amor-próprio, egoísmo, ódio, inveja e ciúme obscureceram o poder perceptivo, e a verdade que deveria fazê-los sábios para a salvação perdeu seu poder de cativar e controlar a mente. Os mais essenciais princípios da piedade não são compreendidos, porque não há fome e sede de conhecimento bíblico, pureza de coração e santidade de vida. Os Testemunhos não têm por fim diminuir o valor da Palavra de Deus, e sim exaltá-la e atrair para ela as mentes, para que a bela singeleza da verdade possa impressionar a todos.

"Além disso, eu disse: Como a Palavra de Deus se acha circundada por estes livros e folhetos, assim também Deus os circundou com reprovações, conselhos, advertências e encorajamento. Aí estão vocês com o coração angustiado, clamando a Deus por mais luz. Estou autorizada por Deus a declarar-lhes que nenhum raio mais dessa luz há de incidir sobre seu caminho através dos Testemunhos, até que façam uso prático da luz que já lhes foi concedida. O Senhor lhes tem circundado de luz; mas vocês não a têm apreciado, antes a espezinham. Enquanto uns a desprezam, outros a negligenciam ou a seguem indiferentemente. Poucos dispuseram o coração a obedecer a luz que Deus Se agradou dispensar-lhes.

"Alguns que receberam advertências especiais por meio de testemunhos esqueceram-se dentro de poucas semanas das admoestações que lhes foram feitas. A alguns os testemunhos foram várias vezes repetidos; eles, porém, não os consideraram bastante importantes para levá-los a sério. Eles lhes pareceram como loucura. Se tivessem apreciado a luz recebida, teriam evitado prejuízos e provações que vocês consideraram duros e severos. Tinham somente a si próprios para culpar. Acabaram pondo sobre o próprio pescoço um jugo que acharam penoso suportar. Não era esse o jugo que Cristo lhes havia imposto. A solicitude e o amor de Deus tinham sido demonstrados a seu favor; mas seu coração egoísta, maldoso e incrédulo não pôde discernir a Sua misericórdia e bondade. Prosseguiram agindo em sua sabedoria até que, subjugados por provações, perplexos e confusos, ficaram enredados nas ciladas de Satanás. Quando reconhecerem os raios de luz que lhes foram concedidos no passado, então a luz de Deus lhes será aumentada.

"Eu lhes mencionei o antigo Israel. Deus lhes deu a Sua lei, mas eles se recusaram a obedecê-la. Depois lhes deu cerimônias e ordenanças para que, celebrando-as, Deus fosse lembrado. Eram tão propensos a esquecê-Lo e às Suas reivindicações sobre eles, que lhes cumpria conservar desperta a mente de modo a compreenderem o dever de obedecer e honrar a seu Criador. Se tivessem sido obedientes e com amor guardado os mandamentos de Deus, o grande número de cerimônias e ordenanças não teria sido necessário.

"Se o povo que agora professa ser a 'propriedade peculiar' (Êxodo 19:5) de Deus obedecesse a Seus requisitos especificados em Sua Palavra, não haveria necessidade de testemunhos especiais para despertar neles o sentimento do dever e impressioná-los acerca de sua pecaminosidade e do temível risco que correm ao negligenciar obedecer à Palavra de Deus. As consciências têm-se entorpecido porque a luz foi posta de parte, sendo negligenciada e desprezada...

Sonhei que enquanto eu falava o poder de Deus se apossou de mim de maneira extraordinária e fiquei totalmente sem forças, mas não tive nenhuma visão. Imaginei que meu marido se levantou perante o povo e exclamou: "Esse é o maravilhoso poder de Deus. Ele tornou os testemunhos um poderoso meio de alcançar as pessoas, e atuará mais poderosamente por seu intermédio do que tem feito até aqui. Quem estará ao lado do Senhor?"

"Alguém se levantou ao meu lado e disse: 'Deus a suscitou e deu-lhe palavras para dizer ao povo e atingir-lhe o coração, como a nenhuma outra pessoa foram dadas. Ele formulou seus testemunhos para resolver casos que têm necessidade de auxílio. Você deve ficar impassível às zombarias ou escárnio, às acusações e censura. A fim de ser um instrumento especial nas mãos de Deus, importa não se apoiar em ninguém, a não ser somente em Deus, e, como a videira que sobe, entrelaçar nEle as suas gavinhas. Ele a constituiu o meio de comunicar Sua luz ao povo. Você deve diariamente suplicar forças de Deus a fim de fortificar-se, para que sua influência não tolde ou eclipse a luz que Ele permitiu brilhar sobre Seu povo por seu intermédio. É objetivo especial de Satanás impedir que essa luz atinja o povo de Deus, que tanto dela necessita em meio aos perigos destes últimos dias.

"'Seu êxito depende de sua simplicidade. Tão depressa dela se apartar, formulando os testemunhos de modo a acomodá-los à índole das pessoas por eles visadas, o poder a abandonará. Quase tudo nesta época é enganoso e fictício. No mundo há grande quantidade de testemunhos que visam somente agradar e encantar momentaneamente, e exaltar o eu. O seu testemunho tem cunho diferente. Ele atinge os pormenores da vida, impedindo que se extinga a fé vacilante e impressionando o coração dos crentes com a necessidade de fazer resplandecer a sua luz diante do mundo.

"'Deus lhe tem dado os testemunhos para por eles expor aos apostatados e aos pecadores sua verdadeira condição, bem como o imenso prejuízo que estão sofrendo em continuar com uma vida de pecado. Deus lhe confiou isto, revelando-o a você em visão, como não o fez a nenhum outro vivente, e de acordo com a luz que lhe tem dado a considerará responsável. 'Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.' Zacarias 4:6. 'Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.'" Isaías 58:1.1

Mau uso dos testemunhos

Alguns que acreditam nos Testemunhos têm errado em querer impô-los indevidamente a outros. No volume 1, n 8, há um testemunho a esse respeito: "Havia alguns em _____ que eram filhos de Deus, mas duvidavam das visões. Outros havia que não lhes faziam qualquer oposição, contudo não ousavam assumir atitude definida a seu respeito. Alguns eram céticos e tinham motivos suficientes para isso. As falsas visões e práticas fanáticas, bem como as conseqüências desastrosas que delas decorreram, exerceram sobre a causa em Wisconsin uma influência capaz de tornar as pessoas desconfiadas de tudo que se apresentasse com o nome de visões. Todas essas coisas devem ser tomadas em consideração, procedendo-se com sabedoria. Não se deve atribular nem forçar os que nunca tenham visto um indivíduo receber visões, e não possuem um conhecimento pessoal da sua influência. Essas pessoas não devem ser separadas dos benefícios e privilégios de membros da igreja, se no demais a sua vida cristã se prova correta. ...

"Alguns, conforme me foi mostrado, receberiam as visões publicadas, julgando a árvore pelos seus frutos. Outros são como o duvidoso Tomé; não podem crer nos Testemunhos publicados, nem convencer-se deles pelo testemunho de outros, precisando ver e tirar a prova por si mesmos. Esses não devem por isso ser postos de lado, cumprindo tratá-los com paciência e amor fraternal até que tomem posição e tenham opinião definida contra ou a favor deles. Se, porém, começarem a combater as visões de que não têm conhecimento; se levarem a sua oposição ao ponto de opor-se àquilo de que não têm experiência, ... a igreja pode saber que eles não estão certos."1

"Alguns de nossos irmãos têm tido larga experiência na verdade e por anos estado familiarizados comigo e minha obra. Eles comprovaram a veracidade dos Testemunhos e declararam sua crença neles. Sentiram a poderosa influência do Espírito de Deus sobre si ao testemunhar a legitimidade das visões. Se esses tais, quando reprovados através dos Testemunhos, se insurgirem contra eles e trabalharem secretamente para prejudicar sua influência, devem ser tratados exemplarmente, pois sua atitude pode pôr em perigo os inexperientes."2

Já o primeiro número dos Testemunhos publicados encerra uma advertência contra a maneira desavisada de usar a luz que Deus desse modo comunicou ao Seu povo.3 Afirmei que alguns não haviam procedido sabiamente. Quando falavam de sua fé aos descrentes e esses lhes exigiam a prova, citavam os meus escritos em vez de fornecer-lhes a prova da Bíblia. Foi-me mostrado que tal procedimento é incoerente, tornando os incrédulos prevenidos contra a verdade. Os Testemunhos não têm qualquer força de prova com os que lhes desconhecem o espírito. Não deveriam ser citados em tais casos.

Outras advertências relativas ao uso dos Testemunhos têm sido dadas de tempos em tempos, como segue:

"Alguns pregadores ficaram bem para trás. Esses professam crer nos testemunhos dados, e alguns agem muito mal fazendo deles uma regra férrea para os que não tiveram qualquer experiência anterior com relação às mensagens, mas fracassam em praticá-los eles mesmos. Repetem testemunhos que são completamente desconsiderados por eles. Sua conduta não é coerente."4

"Vi que muitos tiram vantagem do que Deus mostrou com respeito aos pecados e erros dos outros. Tiram conclusões extremadas do que me foi mostrado em visão, e usam-nas de tal maneira a enfraquecer a fé de muitos naquilo que Deus tem mostrado, e também desanimam a igreja."1

O inimigo se prevalecerá de tudo o que puder empregar para destruir. "Testemunhos têm sido apresentados a favor de indivíduos que ocupam posições importantes. Eles começam bem a desempenhar responsabilidades e fazer sua parte na obra de Deus. Mas Satanás os persegue com suas tentações, e eles são afinal vencidos. Quando outros contemplam sua conduta errada, Satanás sugere à mente deles que deve haver um erro nos testemunhos dados a tais pessoas, de outro modo esses homens não se teriam demonstrado indignos de ter uma parte na obra de Deus."2

Desse modo é suscitada a dúvida com relação à luz que Deus concedeu. "O que pode ser dito das pessoas sob certas circunstâncias não se poderá dizer em outras. Os homens são fracos em poder moral e tão supremamente egoístas, tão auto-suficientes e tão facilmente inchados de presunção, que Deus não pode trabalhar com eles, e são deixados a se mover como cegos e a manifestar tão grande fraqueza e loucura que muitos se admiram que tais indivíduos tivessem jamais sido aceitos e reconhecidos como dignos de ter qualquer ligação com a obra de Deus. Isso é justamente o que Satanás planejara. Esse foi seu objetivo desde o tempo em que a princípio os seduziu a censurar a causa de Deus e a lançar dúvidas sobre os Testemunhos. Tivessem eles ficado onde sua influência não fosse especialmente sentida sobre a causa de Deus, Satanás não os teria assediado tão ferozmente; pois não poderia ter realizado seu propósito, usando-os como seus instrumentos para fazer uma obra especial."3

Pelos seus frutos

Que os Testemunhos sejam julgados pelos seus frutos. Que espírito revelam seus ensinos? Qual tem sido o resultado de sua influência? "Todos os que desejam podem familiarizar-se com os frutos dessas visões. Por dezessete anos o Senhor permitiu que sobrevivessem e se fortalecessem contra a oposição das forças satânicas, e a influência de agentes humanos que auxiliam Satanás em sua obra."1

"Ou Deus está ensinando Sua igreja, reprovando seus erros e fortalecendo a sua fé, ou não está. Esta obra é de Deus ou não é. Deus nada faz em parceria com Satanás. Meu trabalho, ao longo dos últimos trinta anos, traz o selo de Deus ou o do inimigo. Não há meio-termo nesta questão. Os Testemunhos são do Espírito de Deus ou do diabo."2

Desde que o Senhor Se tem manifestado pelo Espírito de Profecia, "passado, presente e futuro têm passado perante mim. Tenho antevisto rostos em visão, os quais nunca havia contemplado antes, para depois de muitos anos reconhecê-los prontamente quando em sua presença. Tenho sido despertada de meu sono com um vívido senso de assuntos previamente apresentados, e à meia-noite escrevo cartas que vão cruzar o continente e, nos momentos de crise, salvar de grandes desastres a causa de Deus. Essa tem sido minha obra por muitos anos. Um poder tem me impelido a reprovar e censurar erros dos quais não tinha o menor conhecimento. Esse trabalho dos últimos trinta e seis anos seria de cima ou de baixo?"3

Cristo advertiu os Seus discípulos: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis." Mateus 7:15-20. Aqui está uma prova que todos podem aplicar à vontade. Os que realmente desejam conhecer a verdade hão de encontrar provas suficientes em que apoiar sua fé.

Duvidando dos testemunhos

"É plano de Satanás enfraquecer a fé do povo de Deus nos Testemunhos." "Satanás sabe fazer seus ataques. Ele trabalha na mente das pessoas para despertar ciúmes e descontentamento com relação aos dirigentes da obra. Os dons são logo questionados, atribui-se-lhes pequeno valor e a instrução dada mediante a visão é desconsiderada." "Em seguida vem o ceticismo no tocante aos pontos vitais de nossa fé, as colunas de nossa posição, depois as dúvidas acerca das Escrituras Sagradas, e então a caminhada descendente para a perdição. Quando os Testemunhos, nos quais se acreditava anteriormente, são postos em dúvida e rejeitados, Satanás sabe que as pessoas enganadas não pararão aí; e ele redobra seus esforços até lançá-las em rebelião aberta, a qual se torna irremediável e termina em destruição."1 "Dando lugar a dúvidas e descrença com relação à obra de Deus, e acariciando sentimentos de desconfiança e cruel inveja, estão se preparando para uma decepção total. Levantam-se com sentimentos amargos contra aqueles que ousam falar de seus erros e reprovar seus pecados."2

Um testemunho dirigido a alguns moços, e publicado pela primeira vez em 1880, refere-se a esse ponto nos seguintes termos: "Um predominante ceticismo está continuamente aumentando com referência aos Testemunhos do Espírito de Deus; e esses jovens encorajam questionamentos e dúvidas em vez de removê-los, porque ignoram o espírito, poder e força dos Testemunhos."3

Foi-me mostrado que muitos estão tão necessitados de espiritualidade que não compreendem o valor dos Testemunhos ou o seu real objetivo. Conversam voluvelmente acerca dos Testemunhos dados por Deus em benefício de Seu povo, exercem o juízo sobre os mesmos, dando a sua opinião acerca deles e criticando ora isto ora aquilo, quando fariam melhor em pôr a mão sobre os lábios e prostrar-se no pó. Não conseguem apreciar o espírito dos Testemunhos por conhecerem muito pouco o Espírito de Deus.1

"Há alguns em _____ que nunca se submeteram plenamente à reprovação. Eles tomaram um rumo de sua própria escolha. Têm sempre em maior ou menor grau exercido influência contra aqueles que se levantam para defender o direito e reprovar o erro. A influência dessas pessoas sobre indivíduos que aqui vêm e que são postos em contato com elas... é muito má. Elas enchem a mente desses recém-chegados com questionamentos e dúvidas a respeito dos Testemunhos do Espírito de Deus. Dão falsas interpretações aos Testemunhos; e em vez de levar pessoas a se tornarem consagradas a Deus, e ouvirem a voz da igreja, ensinam-nas a serem independentes, e não se preocuparem com as opiniões e julgamento dos outros. A influência dessa classe tem estado secretamente em atuação. Alguns não têm noção do prejuízo que estão causando; mas, sendo sem consagração, orgulhosos e rebeldes, conduzem outros no caminho errado. Uma atmosfera venenosa é respirada por esses indivíduos não consagrados. O sangue das almas está nas vestes deles, e Cristo lhes dirá no dia do acerto final: 'Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.' Mateus 7:23. Eles ficarão espantados; mas sua professa vida cristã foi um engano, uma fraude."2

"Alguns expressam sua opinião que o testemunho da irmã White não é digno de confiança. Isso é tudo o que algumas pessoas não consagradas desejam. Os testemunhos de reprovação têm frustrado sua vaidade e orgulho; mas se elas se atrevessem, iriam ao limite na moda e no orgulho. Deus dará a todos estes uma oportunidade de se revelarem e de desenvolver seu verdadeiro caráter."3

"Vi que a razão por que as visões não têm sido mais freqüentes nos últimos tempos é que não têm sido apreciadas pela igreja. A igreja quase perdeu sua espiritualidade e fé, e as reprovações e advertências não têm exercido sobre os membros senão um pequeno efeito. Muitos dos que têm professado ter fé nelas não as têm atendido."1

"Se você perder a confiança nos Testemunhos, cairá das verdades da Bíblia. Tenho temido que muitos assumiriam uma atitude questionadora, duvidosa, e em minha aflição por sua salvação, quero adverti-lo. Quantos atenderão à advertência? De acordo com sua atitude atual para com os Testemunhos, porventura no caso de lhe ser dado um testemunho contrário a seu pensar, corrigindo seus erros, você se sentirá na perfeita liberdade de aceitar ou rejeitar qualquer parte, ou todo ele? Aquilo que menos inclinado se acha a receber pode ser justamente a parte mais necessária."2

"Meus irmãos, acautelem-se contra um coração incrédulo e maligno. A Palavra de Deus é clara e minuciosa em suas restrições; ela se opõe à sua condescendência egoísta; por isso, vocês não lhe obedecem. Os Testemunhos de Seu Espírito chamam a atenção para as Escrituras, apontando-lhes seus defeitos de caráter e repreendendo seus pecados; por essa razão vocês não os ouvem. E, para justificar sua conduta carnal e amante de facilidades, vocês duvidam que os Testemunhos provenham de Deus. Se os irmãos obedecessem a seus ensinos, estariam certos de sua origem divina. Lembrem-se: a incredulidade de vocês não afeta a sua autenticidade. Se eles são de Deus, permanecerão."3

"Foi-me mostrado que a incredulidade nos testemunhos de advertência, animação e reprovação está afugentando a luz do povo de Deus. A incredulidade fecha-lhes os olhos, de modo que se acham ignorantes de sua verdadeira condição." "Pensam que não é necessário o testemunho do Espírito de Deus em reprovação, ou que não se refere a eles. Esses estão na maior necessidade da graça de Deus e de discernimento espiritual, para que descubram sua deficiência no conhecimento das coisas do espírito."1

"Muitos que apostataram da verdade atribuem como razão para o seu modo de agir o não terem fé nos Testemunhos. ... A questão agora é: Renunciarão eles a seu ídolo que Deus condena, ou continuarão em seu errôneo caminho de indulgência, e rejeitarão a luz que Deus lhes tem dado, reprovando as próprias coisas em que se deleitam? A questão a ser estabelecida com eles é: Negarei a mim mesmo e receberei como de Deus os Testemunhos porque eles reprovam os meus pecados?

"Em muitos casos, os Testemunhos são plenamente recebidos, o pecado e a condescendência eliminados, e a reforma imediatamente começa em harmonia com a luz que Deus concedeu. Noutros casos, condescendências pecaminosas são mantidas, os Testemunhos rejeitados, apresentando-se aos outros muitas falsas desculpas para justificar a recusa. O verdadeiro motivo não é revelado. É uma falta de coragem moral, de uma vontade fortalecida e dirigida pelo Espírito de Deus para renunciar a hábitos prejudiciais."2

"Satanás tem a habilidade de sugerir dúvidas e inventar objeções ao testemunho que Deus envia, e muitos consideram uma virtude e indício de inteligência o mostrar-se incrédulo, questionar e contrafazer. Os que querem duvidar têm suficiente oportunidade para isso. Deus não Se propõe fazer desaparecer toda ocasião para a incredulidade. Apresenta evidências que precisam ser cuidadosamente verificadas com espírito humilde e suscetível ao ensino; e todos devem julgar pela força dessas mesmas evidências."3 "Deus oferece suficiente evidência para a mente sincera crer; mas aquele que se desvia do peso da evidência porque há umas poucas coisas que não podem tornar claras à sua compreensão finita será deixado na atmosfera fria e insensível da descrença e das dúvidas questionadoras e naufragará na fé."1

A tarefa de corrigir

"Se há erros claros entre Seu povo, e os servos de Deus continuam em frente, indiferentes a isso, estão por assim dizer apoiando e justificando o pecador, e são igualmente culpados, incorrendo tão certo como ele no desagrado de Deus; pois serão tidos como responsáveis pelos pecados do culpado. Foram-me mostrados em visão muitos casos em que o desagrado de Deus foi atraído por negligência da parte de Seus servos quanto a tratar dos erros e pecados existentes entre eles. Os que passaram por alto esses erros têm sido considerados pelo povo muito amáveis e de disposição benigna simplesmente por haverem eles recuado do desempenho de um claro dever escriturístico. Essa tarefa não agradava a seus sentimentos; portanto, eles a evitaram."2

O perscrutador Espírito de Deus "vai separar de Israel aqueles que já estiveram em guerra com os meios que Deus ordenou para manter a corrupção fora da igreja. Erros precisam ser chamados erros. Pecados graves precisam ser chamados por seu nome exato. Todo o povo de Deus devia achegar-se mais perto dEle. ... Então verão o pecado na luz verdadeira e reconhecerão quão ofensivo é à vista de Deus."3 "O testemunho claro e direto precisa viver na igreja, ou a maldição de Deus repousará sobre Seu povo tão certamente como repousou sobre o antigo Israel por causa de seus pecados."4

"Nunca houve maior necessidade de fiéis advertências, reprovações e um tratamento íntimo e direto do que neste tempo. Satanás desceu com grande poder, 'sabendo que... tem pouco tempo'. Apocalipse 12:12. Ele está inundando o mundo com fábulas agradáveis, e o povo de Deus gosta que se lhes fale coisas lisonjeiras. ... Foi-me mostrado que o povo de Deus precisa fazer esforços mais firmes e resolutos para repelir a escuridão que está tomando conta. O trabalho rigoroso do Espírito de Deus é necessário agora como nunca antes."1

Quando na minha juventude aceitei a obra que me foi confiada por Deus, também recebi a promessa de que teria especial ajuda do poderoso Auxiliador. Nessa ocasião, recebi o solene encargo de apresentar fielmente a mensagem do Senhor, sem fazer diferença entre amigos e inimigos. Deus não discrimina pessoas. Lidando com ricos ou pobres, pessoas bem ou mal conceituadas, cultas ou ignorantes, o mensageiro do Senhor não pode trair o seu sagrado dever.

"Que ninguém entretenha o pensamento de que eu lastimo ou me retrate de qualquer claro testemunho dado a indivíduos ou povo. Se eu errei de alguma forma, foi em não repreender mais firme e decididamente o pecado. Alguns irmãos assumiram a responsabilidade de criticar meu trabalho e propor um meio mais fácil de corrigir os erros. Gostaria de dizer a essas pessoas que prefiro o caminho de Deus e não o delas. O que eu disse ou escrevi em testemunho ou reprovação não tem sido expresso corretamente. ...

"Os que querem, de algum modo, amenizar a força das agudas reprovações que Deus me deu para transmitir haverão de enfrentar sua obra no Juízo. ... Àqueles que se sentem na responsabilidade de me censurar e, em seu finito julgamento, propor-me uma conduta que lhes pareça mais sábia, repito: não concordo com sua atitude. Deixem-me em paz em meu relacionamento com Deus e permitam que Ele me ensine. Receberei as palavras do Senhor e as comunicarei ao povo. Não espero que todos aceitem a reprovação e reformem sua vida, mas devo desempenhar meu dever fielmente. Andarei em humildade diante de Deus, fazendo meu trabalho para o tempo e a eternidade.

"O Senhor não confiou a meus irmãos a obra que me deu para fazer. Alguns têm reclamado que minha maneira de dar reprovação em público leva outros a serem críticos, cortantes e severos. Se esses assumem a responsabilidade que Deus não depôs sobre eles; se desrespeitam as instruções que Ele seguidamente lhes deu através do humilde instrumento de Sua escolha, a fim de torná-los bondosos, pacientes e indulgentes, somente eles responderão pelos resultados. Com o coração carregado de tristeza, tenho desempenhado meu desagradável dever com meus mais caros amigos, não ousando agradar a mim mesma por reter a reprovação, mesmo quando dirigida a meu marido. Não serei menos fiel em advertir a outros, quer ouçam ou não. Quando estou falando ao povo, digo muita coisa que de forma alguma premeditei. O Espírito do Senhor freqüentemente vem sobre mim. Parece-me que sou levada para fora de mim mesma e a vida e o caráter de diferentes pessoas me são claramente apresentados. Vejo seus erros e perigos que correm. Sinto-me então compelida a falar do que me tem sido mostrado. Não ouso resistir ao Espírito de Deus."1

Rejeitando a correção

"Muitos atualmente desprezam a fiel reprovação que Deus lhes envia pelos testemunhos. Foi-me mostrado que alguns chegaram mesmo a ponto de queimar as palavras escritas de reprovação e advertência, como fez o ímpio rei de Israel. Mas a oposição às ameaças de Deus não impede que elas se cumpram. Desprezar as palavras do Senhor, transmitidas por Seus instrumentos escolhidos, só Lhe provocará a ira, causando finalmente a ruína certa aos ofensores. A indignação freqüentemente se acende no coração dos pecadores contra o agente que Deus escolheu para transmitir Suas reprovações. Isto em todo o tempo foi assim, e existe hoje o mesmo espírito que perseguiu e encarcerou a Jeremias por obedecer à Palavra do Senhor."2

Desde o início do meu trabalho, fui chamada a dar um testemunho direto e claro, a reprovar erros e não omitir nada de ninguém. Mas sempre tem havido aqueles que se opõem ao meu testemunho, e continuam a dizer palavras agradáveis, rebocando com argamassa fraca, e destruindo a influência do meu trabalho. O Senhor prometeu me guiar ao enfrentar a oposição, e então indivíduos iriam se colocar entre mim e o povo para tornar o meu testemunho de nenhum efeito.

"Em quase todo caso em que se faz necessária a reprovação, haverá alguns que deixarão de considerar que o Espírito do Senhor foi ofendido, Sua causa injuriada. Esses se condoerão dos que mereceram a censura, por terem sido magoados sentimentos pessoais. Toda essa não santificada compaixão torna os que a manifestam participantes da culpa da pessoa reprovada. Em nove casos de dez, fosse o que sofreu a repreensão deixado sob o senso de suas culpas, haveria sido ajudado a vê-las, sendo assim reformado. Mas os que de forma intrometida e profana se condoem dão significado totalmente errôneo aos motivos do reprovador, bem como à natureza da repreensão, e assim se condoendo pelo que foi repreendido o levam a achar que foi realmente maltratado; e seus sentimentos se insurgem em rebelião contra uma pessoa que simplesmente cumpriu seu dever. Os que com fidelidade se desempenham de seus penosos deveres, sob o senso da responsabilidade para com Deus, hão de receber-Lhe a bênção."1

"Há alguns nestes últimos dias que clamarão: 'Dizei-nos coisas aprazíveis, profetiza-nos ilusões.' Isaías 30:10. Este, porém, não é o meu trabalho. Deus me colocou como reprovadora de Seu povo; e tão seguramente como me colocou essa pesada carga, fará aqueles a quem essa mensagem é dada responsáveis pela maneira com que a tratam. 'Deus não Se deixa escarnecer' (Gálatas 6:7), e aqueles que desprezam a Sua obra receberão de acordo com os seus atos. Não escolhi este trabalho desagradável por mim mesma. Não é um trabalho que me proporcione o favor ou o louvor dos homens. É um trabalho que apenas poucos apreciarão. Mas os que buscam tornar o meu trabalho duplamente difícil por suas falsas interpretações, vãs suspeitas e incredulidade, assim criando preconceito na mente de outros contra os Testemunhos que Deus me tem dado, e limitado meu trabalho, têm que acertar esta questão com Deus, enquanto eu avançarei segundo a Providência e meus irmãos abram o caminho perante mim. No nome e na força de meu Redentor eu farei o que posso. ... Meu dever não é satisfazer-me, mas realizar a vontade de meu Pai celestial, que me tem dado este trabalho."1

Se Deus me deu uma mensagem para transmitir ao Seu povo, aqueles que querem me atrapalhar na obra e enfraquecer a fé das pessoas nessas verdades não estão lutando contra o instrumento, mas contra Deus. "Não é ao instrumento a quem vocês menosprezam e insultam, mas a Deus, que lhes tem dado essas advertências e reprovações."2 "É quase impossível às pessoas oferecer maior insulto a Deus do que desprezando e rejeitando os instrumentos que Ele designou para dirigi-los."3

Negligenciando os testemunhos

Não é só os que abertamente rejeitam os Testemunhos ou os que alimentam dúvidas em relação a eles que estão pisando em terreno perigoso. Desprezar a luz é rejeitá-la.

"Alguns de vocês, em palavras, reconhecem a reprovação; mas não a aceitam de coração. Continuam como antes, somente sendo menos suscetíveis à influência do Espírito de Deus, tornando-se cada vez mais cegos, tendo menos sabedoria, menos domínio próprio, menos poder moral, e menos zelo e entusiasmo pelas atividades religiosas; e a menos que sejam convertidos, deixarão afinal de apegar-se inteiramente a Deus. Não realizaram mudanças decisivas na vida quando veio a reprovação, porque não viram nem perceberam os seus defeitos de caráter e o grande contraste entre a sua vida e a vida de Cristo." "Para que servem suas orações enquanto atendem 'a iniqüidade no coração'? Salmos 66:18. A menos que façam uma mudança completa, não demorará muito tornar-se-ão cansados de reprovação, como se deu com os filhos de Israel; e, à semelhança deles, apostatarão de Deus."4

"Muitos estão indo diretamente contra a luz que Deus tem dado ao Seu povo, porque não lêem os livros que contêm a luz e o conhecimento em advertências, reprovações e admoestações. Os cuidados do mundo, o amor da moda e a falta de religião têm desviado a atenção da luz que Deus tão graciosamente deu, enquanto livros e periódicos contendo erros estão percorrendo todo o país. O ceticismo e a infidelidade estão aumentando por toda a parte. Luz tão preciosa, procedente do trono de Deus, é escondida sob o alqueire. Deus fará o Seu povo responsável por essa negligência. Um relatório deve ser prestado a Ele por todo raio de luz que tem feito brilhar sobre o nosso caminho, quer seja utilizado para o nosso progresso nas coisas divinas, ou rejeitado porque é mais agradável seguir a inclinação."1

"Os volumes da série Spirit of Prophecy2, e também os Testemunhos, deviam ser introduzidos em cada lar de observadores do sábado, e os irmãos devem saber o seu valor e serem estimulados a lê-los. Não foi o plano mais sábio colocar esses livros a preço baixo e ter somente uma coleção numa igreja. Eles devem estar na biblioteca de cada família, e serem lidos vez após vez. Que sejam mantidos onde possam ser lidos por muitos."3

Que os pastores e todo o povo se lembrem de que a verdade do evangelho condena, quando ela não salva. A rejeição da luz coloca as pessoas num cativeiro, prendendo-as com as cadeias das trevas e da descrença. "A pessoa que se recusa a escutar dia a dia os convites da misericórdia, cedo poderá ouvir os mais urgentes apelos sem que uma emoção lhe agite o coração. Como coobreiros de Deus, carecemos de mais fervente piedade, e menos exaltação própria. Quanto mais for exaltado o próprio eu, tanto mais diminuirá a fé nos Testemunhos do Espírito de Deus. ... Os que confiam inteiramente em si mesmos verão cada vez menos de Deus nos Testemunhos de Seu Espírito."4

Como receber uma reprovação

"Os que são repreendidos pelo Espírito de Deus não devem insurgir-se contra o humilde instrumento. É Deus, e não um falível mortal, que falou para salvá-los da ruína."1 Não é agradável para a natureza humana receber reprovação, nem é possível para o coração humano, sem ser iluminado pelo Espírito de Deus, perceber a necessidade da reprovação ou a bênção que vem junto com a correção. Na medida em que o ser humano se rende à tentação e aceita o pecado, sua mente se torna obscurecida. O senso moral fica pervertido. Os avisos da consciência passam a ser desrespeitados e sua voz se torna cada vez menos clara. Ele perde gradualmente a capacidade de distinguir entre o certo e o errado, até o ponto de ficar sem a menor referência de sua situação perante Deus. Pode manter os aspectos formais da religião, conservar zelosamente suas doutrinas, sem o espírito que os caracteriza. Sua condição fica sendo aquela descrita pela Fiel Testemunha: "pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu." Apocalipse 3:17. Quando o Espírito de Deus declara ser essa a sua condição, ele não consegue ver que essa é uma mensagem verdadeira. Tem ele que automaticamente rejeitar a advertência? Não. Deus fornece suficiente evidência para que todos os que desejam possam se satisfazer quanto à natureza dos Testemunhos, e aceitando-os como vindos de Deus, devem naturalmente aceitar a reprovação, ainda que não consigam ver o caráter pecaminoso da vida que levam. Se eles tivessem uma clara noção de sua condição, iriam precisar de reprovação? Pelo fato de não perceberem é que Deus misericordiosamente lhes envia o testemunho, a fim de que tenham chance se arrepender e empreender uma reforma antes que seja tarde demais. "Os que desprezam a advertência serão deixados na cegueira, para iludirem a si mesmos. Mas os que lhe dão ouvidos, empenhando-se zelosamente na obra de afastar de si os seus pecados, a fim de terem as graças necessárias, abrirão a porta do coração para que o querido Salvador entre e com eles habite."2 "Os que se acham mais intimamente ligados a Deus são os que conhecem Sua voz quando Ele lhes fala. Os que são espirituais discernem as coisas espirituais. Esses se sentirão gratos porque o Senhor lhes apontou os erros."1

"Davi aprendeu sabedoria do trato de Deus para com ele, e curvou-se humildemente sob o castigo do Altíssimo. O quadro fiel de sua verdadeira condição, feito pelo profeta Natã, deu a Davi o conhecimento dos próprios pecados, e ajudou-o a afastá-los de si. Aceitou humildemente o conselho, e humilhou-se diante de Deus. 'A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma', exclama ele." Salmos 19:7.2

"Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos." Hebreus 12:8. "Nosso Senhor disse: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo." Apocalipse 3:19. "Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça." Hebreus 12:11. Por mais amarga que seja a disciplina, ela é escolhida por um Pai amoroso "a fim de sermos participantes da sua santidade". Hebreus 12:10.

Distinção imprópria

Alguns adotam o ponto de vista segundo o qual as advertências, admoestações e correções dadas pelo Senhor, por intermédio de Sua serva, não têm maior importância que conselhos e advertências provenientes de outras fontes, a menos que sejam recebidas em visão especial para cada caso, individualmente. Nalguns casos alegou-se que, ao dar testemunhos para igrejas ou indivíduos, eu era influenciada por cartas que recebia de membros da igreja. Alguns chegaram a alegar que testemunhos que se dizem ser do Espírito de Deus eram somente manifestações do meu próprio juízo, baseadas em informações colhidas em fontes humanas. Essa afirmação é absolutamente falsa. Se, todavia, em resposta a alguma pergunta, informação ou consulta de uma igreja ou de indivíduos, um testemunho é escrito, apresentando a luz que Deus me deu a esse respeito, o fato de se haver originado dessa forma de modo algum depõe contra sua validade ou importância. Citarei a propósito um trecho do Testemunho n 31, que trata justamente desse assunto:

"O que ocorreu com o apóstolo Paulo? As novas que recebera através da casa de Cloé com respeito às condições da igreja de Corinto levaram-no a escrever sua primeira carta àquela igreja. Cartas particulares chegavam-lhe às mãos declarando os fatos como eles eram e, em resposta, ele assentava princípios gerais que, se ouvidos, corrigiriam os males existentes. Com grande ternura e sabedoria ele os exortava a que todos falassem as mesmas coisas, e que não houvesse divisões entre eles.

"Paulo era um apóstolo inspirado; contudo, o Senhor não lhe revelava todo o tempo a condição exata de Seu povo. Os que estavam interessados na prosperidade da igreja e que tinham visto males nela penetrando apresentaram o assunto perante ele, e, pela luz que recebera anteriormente, achava-se preparado para julgar o verdadeiro caráter dessas ocorrências. Conquanto o Senhor não lhe houvesse dado uma nova revelação para esse tempo especial, os que estavam realmente buscando luz não rejeitaram sua mensagem como se fosse apenas uma carta comum. Não mesmo. O Senhor lhe mostrara as dificuldades e os perigos que surgiriam nas igrejas, para que quando se manifestassem ele soubesse exatamente como enfrentá-los.

"Paulo recebeu a missão de defender a igreja. Tinha de vigiar pelas almas como alguém que devesse prestar contas a Deus. Não deveria ele, pois, prestar atenção aos relatórios concernentes ao estado de anarquia e divisão em que elas se encontravam? Seguramente! E a reprovação que ele lhes enviou foi escrita sob a mesma inspiração do Espírito de Deus como qualquer de suas epístolas. Mas quando a reprovação chegou, alguns não se sentiram atingidos. Assumiram a posição de que Deus não falara através de Paulo; que ele lhes havia transmitido meramente uma opinião humana, e que seu julgamento tinha tanto mérito quanto o de Paulo. Muitos de nosso povo se afastaram dos velhos marcos e seguiram seu próprio entendimento."1

Quando nosso povo assume essa atitude, as advertências e conselhos especiais de Deus, dados pelo Espírito de Profecia, não podem ter sobre ele alguma influência no sentido de operar uma reforma da vida e do caráter. O Senhor não dá uma visão especial para enfrentar cada emergência que possa surgir nas diferentes situações de Seu povo com o progredir da obra, mas mostrou-me que Sua maneira de proceder para com a igreja, no passado, foi impressionar o espírito de Seus servos escolhidos com as necessidades e perigos de Sua causa e dos indivíduos, e impor sobre eles o encargo de aconselhar e advertir.

Assim, em muitos casos, Deus me esclareceu quanto a defeitos peculiares de caráter nos membros da igreja, e os perigos daí decorrentes para os indivíduos e para a obra, caso não fossem corrigidos. Em dadas circunstâncias, tendências erradas são suscetíveis de se fortalecerem e arraigarem, acarretando danos à causa de Deus e a ruína de indivíduos. Às vezes, quando perigos especiais ameaçam a causa de Deus ou a pessoas, sou advertida da parte de Deus em sonhos ou visões, sendo tais casos apresentados vivamente ao meu espírito. Ouço então uma voz dizer-me: "Levanta-te e escreve; estas pessoas estão em perigo." Obedeço à direção do Espírito de Deus, e minha pena descreve sua legítima condição. Ao viajar e estar perante o povo, em diferentes lugares, o Espírito do Senhor me lembra os casos a mim antes mostrados, avivando em minha memória as revelações que me foram feitas.

Durante os últimos quarenta e cinco anos, o Senhor tem estado a revelar-me as necessidades de Sua causa, e os casos de indivíduos em todas as fases da experiência humana, mostrando-me onde e como deixaram de aperfeiçoar o caráter cristão. As histórias de centenas de casos se desenrolaram aos meus olhos, sendo-me apresentadas com clareza as coisas que Deus aprova e as que condena. Deus mostrou-me que certo caminho, quando prosseguido, ou certos traços de caráter, quando cultivados, hão de produzir determinados resultados. Desse modo tem estado a preparar-me e disciplinar-me para que possa conhecer os perigos que ameaçam as pessoas e instruir e advertir Seu povo, dando-lhe regra sobre regra e preceito sobre preceito, de sorte a não estar em ignorância quanto aos enganos do diabo, e poder fugir às suas ciladas.

A obra de que o Senhor especialmente me incumbiu é insistir com jovens e idosos, instruídos ou não, para examinarem as Escrituras por si mesmos; fazer sentir a todos que o estudo da Palavra de Deus robustece a inteligência e todas as faculdades do espírito, habilitando-o a resolver problemas difíceis e de grande alcance com relação à verdade; assegurar a todos que o conhecimento perfeito da Bíblia é superior a qualquer outro para tornar o homem aquilo que Deus Se propôs fosse. "A exposição das Tuas palavras dá luz; dá entendimento aos símplices." Salmos 119:130. Com a luz comunicada pelo estudo de Sua Palavra, e com o conhecimento especial que me foi dado de casos individuais entre o Seu povo, sob todas as circunstâncias e em todas as fases da vida, poderia eu laborar ainda na mesma ignorância, na mesma incerteza e cegueira espiritual que ao começo de minha experiência? Quererão meus irmãos sustentar que a irmã White foi uma aluna tão sem inteligência que o seu juízo a esse respeito não é para ser estimado mais agora do que antes de ela entrar para a escola de Cristo, a fim de ser preparada e disciplinada para essa obra especial? Porventura não terei compreensão mais nítida dos deveres e perigos do povo de Deus do que aqueles a quem essas coisas nunca foram apresentadas? Não desonraria meu Mestre com admitir que toda essa luz, todas as manifestações de Seu grande poder em meu trabalho e vida fossem em vão, não tendo logrado educar meu juízo ou tornar-me mais idônea para a Sua obra.

Quando vejo homens e mulheres trilharem o mesmo caminho ou cultivarem os mesmos traços de caráter que puseram em perigo outras pessoas e trouxeram agravo à causa de Deus, e que o Senhor repetidas vezes corrigiu, poderia deixar de alarmar-me com isso? Quando vejo almas tímidas, vergando ao peso do sentimento de suas imperfeições, mas esforçando-se conscienciosamente por cumprir o que Deus declarou ser justo, e sabendo que o Senhor nelas atenta com bondade, em razão de seu sincero empenho, não deveria eu ter palavras de animação e conforto para essas pessoas? Deveria remeter-me ao silêncio, como se não me tivesse sido revelado em visão definida cada caso individualmente?

"Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, não tocar a trombeta, e não for avisado o povo; se a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei da mão do atalaia. A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres falado para desviar o ímpio do seu caminho, para que se converta dele, e ele se não converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma." Ezequiel 33:6-9.

Num sonho recente fui levada a uma reunião de pessoas, algumas das quais se esforçavam por abafar a impressão de um solene testemunho de advertência que eu lhes transmitira. Diziam: "Acreditamos nos testemunhos da irmã White; quando, porém, nos diz coisas que não lhe foram diretamente reveladas em visão sobre o caso em apreço, suas palavras não têm para nós maior importância do que as de qualquer outra pessoa." Então veio sobre mim o Espírito do Senhor e eu, erguendo-me, repreendi-os em Seu nome. Repeti-lhes em substância o que acima citei com relação ao vigia. "Isto", disse-lhes, "se adapta ao caso de vocês e ao meu."

Se, pois, aqueles a quem estas solenes advertências dizem respeito objetarem: "Isto não é senão a opinião individual da irmã White, prefiro seguir o meu próprio juízo", e continuarem a fazer as mesmas coisas contra as quais foram advertidos, revelarão com isso que desprezam os conselhos divinos, e o resultado será justamente o que o Espírito de Deus me revelou que haveria de ser: agravo à causa de Deus e perdição própria. Alguns, no intuito de garantir melhor a sua própria atitude, apresentarão declarações dos Testemunhos que pensam favorecer a sua opinião, dando-lhes a mais vigorosa interpretação possível; aquilo, porém, que torna suspeita a sua conduta, ou que não se coaduna com o seu modo de ver, denunciam como opinião individual da irmã White, negando-lhe a origem divina e nivelando-o aos seus próprios conceitos.

Se vocês, meus irmãos, que há muitos anos conhecem a mim e ao meu trabalho, entendem que os meus conselhos não são mais para se estimar do que os daqueles que não foram especialmente educados para esta obra, não me peçam mais para cooperar com vocês; porque, assumindo tal atitude, fatalmente estarão neutralizando a influência do meu trabalho. Se julgam que seguir os próprios impulsos seja tão seguro como seguir a luz transmitida pela serva comissionada do Senhor, o risco será seu; serão condenados por rejeitar a luz que lhes foi enviada do Céu.

Estando em _____, o Senhor veio a mim à noite e me encorajou com preciosas palavras de animação quanto à minha obra, repetindo a mesma mensagem que por diversas vezes me dera antes. Relativamente aos que voltaram as costas à luz que lhes foi enviada, disse-me: "Ao menosprezar e rejeitar o testemunho que lhes fiz transmitir, têm desprezado não a ti, mas a Mim, o Senhor."

Se os obstinados e presunçosos prosseguirem impunemente em seu caminho, a que estado será finalmente reduzida a igreja? Como poderão ser corrigidos os erros sustentados por esses teimosos e ambiciosos? Por que meios poderia Deus atingi-los? Como deverá manter a ordem em Sua igreja? Divergências de opinião surgem constantemente, e a igreja freqüentemente é visitada pela apostasia. Quando se suscitam controvérsias e divisões, todas as partes pretendem estar com a razão e agindo sinceramente, recusando ser instruídos pelos que durante muito tempo suportaram o peso do trabalho, e que, como devem perfeitamente saber, foram guiados pelo Senhor. A luz é enviada para desfazer as trevas; porém, em seu excessivo orgulho, a rejeitam, preferindo continuar às escuras. Desprezam os conselhos divinos, porque não correspondem aos seus pontos de vista e intenções, e não aprovam seus maus traços de caráter. A operação do Espírito de Deus, que os poderia ajudar a entrar no bom caminho, se a aceitassem, não se faz de modo a comprazê-los e lisonjear sua justiça própria. Não reconhecem a luz comunicada por Deus, pelo que se deixam ficar nas trevas. Pretendem que não se pode depositar maior confiança no discernimento de alguém que tem tão longa experiência e a quem o Senhor instruiu e usou para fazer uma obra especial do que no de qualquer outra pessoa. É o desígnio divino que assim procedam, ou é isso a operação do inimigo de toda a justiça, a fim de conservar as pessoas em erro e enredá-las com fortes ilusões que não podem ser desfeitas, porque se colocam fora do alcance dos meios que Deus para esse fim estabeleceu em Sua igreja?

Correções, admoestações e repreensões da parte do Senhor têm sido dirigidas a Sua igreja em todas as épocas. Essas advertências foram desprezadas e rejeitadas nos dias de Cristo, pelos fariseus, que eram justos a seus próprios olhos e pretendiam não necessitar de semelhantes admoestações, considerando-se por isso injustamente tratados. Recusaram também receber a Palavra do Senhor, anunciada por Seus servos, por não satisfazer as suas inclinações. Se o Senhor consentisse em dar uma visão em presença dessa classe de gente hoje, apontando-lhes os erros, censurando-lhes a justiça própria e condenando-lhes os pecados, insurgir-se-iam contra ela como os habitantes de Nazaré quando Cristo revelou sua verdadeira condição.

A menos que essas pessoas humilhem o coração diante de Deus, deixando de acolher as sugestões de Satanás, a dúvida e a incredulidade delas se apoderarão, começando a ver tudo por um prisma falso. E uma vez lançada a semente da dúvida em seu coração, terão abundante frutos a colher. Chegarão a ponto de desconfiar e descrer de verdades que são intuitivas e cheias de beleza para os que não se educaram na incredulidade. Os que habituam o espírito a insistir em tudo que se presta para estabelecer uma dúvida, sugerindo-a a outros, sempre terão oportunidade para assim proceder. Meter-se-ão a discutir e criticar tudo que lhes surgir à frente com o desdobrar da verdade, criticando a obra e a atitude de outros, bem como cada ramo da obra de que não fazem parte. Deste modo alimentar-se-ão dos erros, enganos e faltas de outros "até que", como me disse o anjo, "o Senhor Jesus Se levante de Sua obra de mediação no santuário celestial, e, tomando as vestes de vingança, venha a surpreendê-los em seu banquete profano, desprevenidos para as bodas do Cordeiro". O seu gosto está de tal modo pervertido que se inclinariam a criticar até a mesa do Senhor no Seu reino.

Revelou Deus alguma vez a essas pessoas que as repreensões e correções que dEle provém não têm, para elas, a menor importância a não ser que sejam transmitidas por visões diretas? Insisto sobre esse ponto, porque a posição que muitos assumiram a esse respeito é um engano de Satanás, a fim de arruinar almas. Depois de os haver enredado e enfraquecido por seus sofismas a ponto de, quando reprovados, persistirem em tornar de nenhum efeito as operações do Espírito de Deus, seu triunfo sobre eles será completo.

Alguns que professam a justiça hão de, como Judas, entregar seu Senhor nas mãos de seus mais duros adversários. Esses que confiam em si mesmos, resolvidos, como estão, a seguir seu próprio caminho e a defender suas próprias idéias, irão de mal a pior, até estarem prontos a aceitar qualquer proposta, menos a de renunciar à sua própria vontade. Cegamente prosseguirão no caminho do mal e tão enganados a respeito de si mesmos, que, como os fariseus iludidos, imaginam estar fazendo a obra de Deus. Cristo deu a conhecer o caminho por que certa classe havia de tomar quando tivesse oportunidade de desenvolver o seu legítimo caráter: "Até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós." Lucas 21:16.

Deus me concedeu, em conexão com esta obra, uma experiência definida e solene, e podem estar certos de que, enquanto a vida me for poupada, não deixarei de levantar a voz de advertência quando for impelida pelo Espírito de Deus, quer os homens me ouçam quer deixem de ouvir-me. Não sou dotada de nenhuma sabedoria especial; sou apenas um instrumento nas mãos de Deus para fazer a obra que me designou. As instruções que tenho dado pela pena e de viva voz são uma expressão da luz que Deus Se dignou conceder-me. Tentei expor-lhes os princípios que o Espírito de Deus, durante anos, tem estado a imprimir em meu espírito e a escrever em meu coração.

E agora, irmãos, eu os conjuro a que não se interponham entre mim e o povo, desviando dele a luz que Deus lhe deseja dar. Não comprometam, pela crítica, a força, a virtude e a importância dos Testemunhos. Nem imaginem que são capazes de analisá-los de modo a acomodá-los às suas idéias, pretendendo que Deus lhes tenha dado habilidade para discernir o que é luz do Céu e o que é mera sabedoria humana. Se os Testemunhos não falarem de acordo com a Palavra de Deus, podem rejeitá-los. Cristo e Belial não se unem. Por amor de Cristo, parem de confundir o espírito do povo com sofismas e ceticismo, tornando de nenhum efeito a obra que Deus deseja fazer. Não procurem, pela falta de discernimento espiritual, fazer desse método de operação de Deus uma pedra de escândalo pela qual muitos venham a tropeçar e cair, ser enlaçados e presos.