Testemunhos para a Igreja, 6

Capítulo 23

A Fazenda da Escola de Avondale

Há, com relação à disposição e ao uso das terras próximas a nossa escola e igreja, algumas coisas que me foram mostradas, e que fui instruída a lhes apresentar. Até há pouco, não me sentia livre para falar a esse respeito, e mesmo agora não me sinto na liberdade de revelar tudo, pois nosso povo ainda não está preparado para compreender tudo quanto, na providência de Deus, se desenvolverá em Avondale.

Nas visões da noite, foram-me claramente apresentadas algumas coisas. Havia pessoas escolhendo lotes de terra perto da escola, nos quais pretendiam construir casas e estabelecer residências. Ergueu-Se, todavia, Alguém em nosso meio e disse: "Estão cometendo um grande erro, o qual terão de lamentar. Essa terra não deve ser ocupada por edifícios, a não ser para proporcionar acomodações para os professores e alunos da escola. A terra ao redor da escola é para ser reservada como a fazenda da escola. Ela deve se tornar uma parábola viva para os alunos. Eles não devem considerar as terras da escola como coisa comum, mas olhá-la como um livro aberto diante deles, o qual o Senhor quer que estudem. Suas lições comunicarão um conhecimento vital para as pessoas.

"Caso permitam que a terra próxima à escola seja ocupada com casas particulares, e tenham depois que escolher para cultivo outra terra distante da escola, será um grande erro, daqueles para sempre lamentados. Toda a terra nos arredores do edifício escolar deve ser considerada como fazenda da escola, onde os alunos podem ser educados sob a direção de habilitados superintendentes. Os jovens que hão de cursar nossas escolas necessitam de toda a terra ao redor. São para o plantio de árvores ornamentais e de frutas, e cultivo de hortaliças.

"A fazenda da escola deve ser considerada um livro aberto da natureza, do qual os professores tirarão lições objetivas. Cumpre ensinar aos nossos estudantes que Cristo, Criador do mundo e de tudo o que nele há, é a vida e a luz de toda criatura vivente. A vida de toda criança e jovem dispostos a apoderar-se das oportunidades de receber a devida educação, tornar-se-á reconhecida e feliz por aquilo em que seus olhos contemplam enquanto se acha na escola."

A obra diante de nós

Necessitamos de mais professores e mais talento para educar os alunos nos vários ramos de atividade, para que muitas pessoas saiam deste lugar aptas e dispostas a levar a outros o conhecimento que receberam. Rapazes e moças órfãos, devem encontrar nele um lar. Devem ser construídos edifícios para um hospital, e prover barcos para atender a escola. Deve ser empregada para gerir a fazenda uma pessoa competente, e também homens prudentes e enérgicos para supervisionar os vários empreendimentos industriais; homens que empreguem seus talentos inteiramente para ensinar os alunos a trabalhar.

Virão à escola muitos jovens com o desejo de obter preparo em atividades industriais. A instrução nesse ramo deve incluir contabilidade, carpintaria, e tudo quanto diz respeito à agricultura. Devem também ser feitos preparativos para ensinar ferraria, pintura, arte culinária, fazer sapatos, padaria, lavanderia, consertos de roupa, datilografia e impressão. Toda energia de que dispusermos deve ser posta nessa obra de preparo, a fim de que saiam alunos preparados para os deveres da vida prática.

As casas e edifícios essenciais ao trabalho escolar devem ser construídos pelos próprios alunos. Essas construções não devem ser feitas muito juntas, nem situadas perto dos edifícios escolares propriamente ditos. Na execução dessa obra devem-se formar pequenos grupos que, sob a administração de competentes líderes, sejam ensinados a experimentar um perfeito senso de responsabilidade. Todas essas coisas não podem ser realizadas de uma vez, mas devemos começar a trabalhar com fé.

A terra a ser reservada

É desejo do Senhor que os terrenos em volta da escola Lhe sejam consagrados como Sua própria sala de aulas. Achamo-nos situados em lugar onde há bastante terra, e os terrenos próximos à escola e à igreja não devem ser ocupados com residências particulares. Os que crêem na verdade para este tempo não se acham todos transformados no caráter. Não constituem todos lições práticas, apropriadas, pois não apresentam o caráter de Cristo. Muitos há que gostariam de ficar perto da escola e da igreja, os quais não seriam auxílio, antes entraves. Acham que devem ser ajudados e favorecidos. Não apreciam nem a espécie nem a situação da obra em que nos achamos empenhados. Não compreendem que tudo quanto tem sido feito em Avondale tem sido efetuado com o mais árduo labor e mediante o dinheiro dado com sacrifício, ou que deve ser restituído àqueles de quem foi tomado emprestado.

Entre os que desejam instalar-se perto de nossas escolas, há alguns cheios de importância própria e de ansiedade quanto à própria reputação. São susceptíveis e facciosos. Essas pessoas precisam ser convertidas, pois se acham longe de estar em condições de poder receber as bênçãos do Senhor. Satanás os tenta a pedirem favores que, se concedidos, só os prejudicariam, e assim eles causam ansiedade a seus irmãos. Os princípios vivos da Palavra de Deus precisam de ser introduzidos na vida de muitos que agora não acham lugar para eles. Os que estão aprendendo na escola de Cristo considerarão todo favor recebido de Deus como demasiado bom para eles. Compreenderão que não merecem todas as boas coisas que recebem, e se considerarão felizes. Sua fisionomia exprimirá paz e serenidade no Senhor, pois têm a promessa de Deus, de que cuidará deles.

"Assim diz o Senhor: O Céu é o Meu trono, e a Terra o escabelo dos Meus pés. Que casa Me edificaríeis vós? e que lugar seria o do Meu descanso? Porque a Minha mão fez todas estas coisas, e todas estas coisas foram feitas, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito, e que treme da Minha palavra." Isaías 66:1, 2. Durante os dias finais de 1898, tivemos muitas experiências a nos ensinarem o que significavam essas palavras. Meu coração se achava grandemente opresso, e as questões me foram então expostas quanto aos males que surgiriam em conseqüência da venda das terras em torno da escola para serem ocupadas por residências. Parecia como se estivéssemos em uma reunião de conselho, e entre nós Se achava Alguém de quem se esperava que nos ajudasse a sair das dificuldades. As palavras que Ele proferiu foram claras e decisivas:

"Esta terra, por indicação de Deus, é para benefício da escola. Vocês já tiveram provas da operação da natureza humana e do que ela manifesta sob a tentação. Quanto maior o número de famílias que se estabeleçam ao redor dos edifícios escolares, tanto mais dificuldades haverá no caminho dos professores e alunos. O egoísmo, natural aos filhos dos homens, está pronto a se revelar na vida se tudo não estiver de acordo com suas conveniências. A terra anexa à escola, deve servir de fazenda para a mesma, e esta deve ocupar muito mais espaço do que vocês estão pensando. Deve ser feita nela uma obra em harmonia com os conselhos dados. Avondale deve ser um centro filantrópico. O povo de Deus na Austrália será movido pelo Espírito do Senhor a dar simpatia e meios para a manutenção e estímulo de muitos empreendimentos caritativos e beneficentes, que serão o meio de ensinar os pobres, os desamparados e os ignorantes a se ajudarem a si mesmos."

Um panorama

Têm-me sido enviados em várias ocasiões esclarecimentos quanto a deverem ser as terras ao redor de nossa escola usadas como fazenda do Senhor. Em sentido especial, porções dessa fazenda devem ser completamente cultivadas. Vi estender-se diante de mim um terreno plantado de toda espécie de árvores frutíferas, que produzirão frutos nesta localidade; havia também hortas em que se semeavam e cultivavam sementes.

Caso os gerentes dessa fazenda e os professores da escola recebam o Espírito Santo para operar com eles, terão sabedoria em sua liderança, e Deus lhes abençoará o trabalho. O cuidado das árvores, o plantar e semear, bem como a colheita, hão de ser admiráveis lições para todos os estudantes. Os invisíveis laços que ligam a semeadura e a colheita, devem ser estudados, e seja a bondade de Deus acentuada e apreciada. É o Senhor que dá o poder e a energia à terra e à semente. Não fosse o agente divino aliado ao tato e habilidade humanos, e seria inútil semear. Há um poder invisível a operar constantemente em benefício do homem a fim de o alimentar e vestir. A parábola da semente, tal como se estuda na experiência diária do professor e do aluno, deve ensinar que Deus está atuando na natureza, e que isso demonstra as coisas do reino do Céu.

Deus e a natureza

Depois da Bíblia, a natureza deve ser o nosso maior livro de estudo. Não há virtude, porém, em deificar a natureza, pois isso seria exaltar a coisa feita acima do grande Mestre Construtor que planejou a obra e a mantém em atividade todo o tempo segundo o Seu desígnio. Ao semearmos a semente e cultivarmos a planta, devemos nos lembrar de que Deus criou a semente e a destinou à terra. Por Seu divino poder Ele cuida dessa semente. É por determinação Sua que a semente ao morrer dá sua vida à erva e à espiga que contém em si outras sementes que serão armazenadas e de novo lançadas à terra para dar a sua colheita. Podemos também estudar como a cooperação do homem desempenha uma parte. O ser humano tem sua parte a realizar, sua obra a fazer. Essa é uma das lições que a natureza ensina, e nela temos de ver uma obra bela e solene.

Fala-se muito a respeito de Deus na natureza, como se o Senhor estivesse obrigado por leis da natureza a ser servo dela. Muitas teorias querem levar a mente a supor que a natureza é um instrumento auto-sustentado independentemente da Divindade, tendo o seu poder inerente para operar. Nisso os homens não sabem de que estão falando. Supõem eles que a natureza tem um poder auto-existente sem a contínua assistência de Jeová? O Senhor não age por meio de Suas leis para ultrapassar as leis da natureza. Ele realiza a Sua obra por meio das leis e atributos de Seus instrumentos, e a natureza obedece a um "Assim diz o Senhor".

O Deus da natureza está o tempo todo em atividade. Seu infinito poder opera de modo invisível, mas as manifestações aparecem nos efeitos que a obra produz. O mesmo Deus que guia os planetas opera no plantio do fruto e na horta. Jamais Ele criou um espinho, um cardo, uma erva daninha. Essas são obras de Satanás, resultado de degeneração, por ele introduzidas entre as coisas preciosas; mas é por meio da imediata ação de Deus que cada botão se abre em flor. Quando esteve no mundo, na forma humana, Cristo disse: "Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também." João 5:17. Assim, quando os estudantes empregam o seu tempo em atividade agrícola, deles é dito no Céu: São "cooperadores de Deus". 1 Coríntios 3:9.

Sejam conservadas as terras que estão perto da escola e da igreja. Os que vêm para se estabelecer em Cooranbong podem, se desejarem, encontrar para si lares nas proximidades ou em partes da propriedade de Avondale. Mas segundo a luz que me é dada, toda essa parte de terra, desde o pomar da escola até a estrada de Maitland, e estendendo-se de ambos os lados da capela para a escola, deve tornar-se chácara e parque, embelezados com flores fragrantes e árvores ornamentais. Deve haver pomares, e cultivar-se toda espécie de produtos que se adapte ao solo, de modo que este lugar se torne uma lição objetiva tanto para os que vivem perto como para os que vivem longe.

Seja portanto mantido à distância tudo que não é essencial para o trabalho da escola, de modo que a santidade do lugar não seja perturbada pela proximidade de famílias e edificações. Permaneça a escola isolada. Será melhor que as famílias por mais devotadas que sejam ao serviço do Senhor se localizem a alguma distância dos prédios escolares. A escola é propriedade do Senhor, e os terrenos ao redor são Sua fazenda, da qual o Grande Semeador pode fazer um livro de estudo. Os resultados dos esforços serão vistos "primeiro a erva, depois a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga". Marcos 4:28. A terra entregará os seus recursos, trazendo o regozijo de abundante colheita; e o produto reunido pela bênção de Deus deve ser usado como livro de estudo da natureza, do qual se podem tirar lições espirituais claras e aplicáveis às necessidades das pessoas.

Uma lição objetiva

Há diante de nós grandes coisas que, como vemos, devem ser feitas; e tão depressa quanto os meios o permitam, devemos ir adiante. Paciente e dedicado esforço deve ser feito para o estímulo e elevação das comunidades circunvizinhas, e para sua educação nos setores industriais e de saúde. A escola e todos os seus arredores devem ser lições objetivas que ensinem os caminhos do progresso e apelem ao povo por reformas, de modo que o gosto, a diligência e o refinamento possam tomar o lugar do que é grosseiro, impuro, da desordem, da ignorância e do pecado. Até mesmo os mais pobres podem melhorar o ambiente ao seu redor levantando-se cedo e trabalhando diligentemente. Mediante nossa vida e exemplo podemos ajudar outros a discernir o que há de repulsivo em seu caráter e em torno de suas propriedades, e com cortesia cristã podemos estimular a melhoria.

Muitas vezes se levantará a pergunta: Que se pode fazer onde predomina a pobreza e com ela se depara a cada passo? Sob tais circunstâncias como podemos imprimir nos espíritos idéias corretas de progresso? A obra é sem dúvida difícil; e a menos que os professores, os homens de pensamento, e aqueles que têm recursos ponham em ação os seus talentos, e se levantem como Cristo faria se estivesse em lugar deles, uma importante obra ficará inacabada. A necessária reforma jamais será feita, a menos que homens e mulheres sejam ajudados por um poder de fora deles mesmos. Os que têm talentos e habilidade devem usar esses dons para beneficiar os seus semelhantes, esforçando-se por colocá-los numa posição em que possam ajudar-se a si mesmos. Assim é como a educação obtida em nossas escolas deve ser utilizada com o máximo proveito.

Os talentos confiados por Deus não devem ser escondidos debaixo do alqueire ou sob a cama. "Vós sois a luz do mundo", disse Cristo. Mateus 5:14. Quando virem famílias vivendo em galpões, com escassez de mobiliário e de roupas, sem utensílios, ou livros, e outros indícios de refinamento em seus lares, não demonstrarão interesse por eles, e não procurarão ensinar-lhes como usar suas energias com o máximo rendimento, de modo que haja progresso e seu trabalho avance? É mediante diligente trabalho, fazendo-se o mais sábio uso de toda habilidade, aprendendo a não desperdiçar o tempo, que serão bem-sucedidos em melhorar suas propriedades e cultivar sua terra.

Esforço físico e faculdades morais devem estar unidos em nossas tentativas de regeneração e reforma. Devemos procurar obter conhecimento tanto nos aspectos temporais como espirituais, para que possamos comunicá-lo a outros. Devemos procurar viver o evangelho em todos os seus ângulos, de modo que suas bênçãos temporais e espirituais possam ser experimentadas por todos em torno de nós.

Trabalho missionário, o melhor treino

O Senhor abençoará com certeza a todos os que procuram beneficiar a outros. A escola deve ser de tal modo dirigida que professores e alunos estejam de contínuo aumentando em poder mediante o fiel uso dos talentos que lhes foram concedidos. Pondo em prática o que aprenderam, crescerão constantemente em sabedoria e conhecimento. Devemos aprender no Livro dos livros os princípios segundo os quais devemos viver e trabalhar. Ao consagrar todas as habilidades que Deus nos deu, Àquele que tem o primeiro direito a elas, podemos fazer apreciável progresso em tudo que seja digno de nossa atenção.

Quando abraçado com esse espírito, o trabalho missionário torna-se enobrecedor e inspirador, tanto para o obreiro como para a pessoa ajudada. Todo aquele que se declara filho do Rei celestial busque representar constantemente os princípios do reino de Deus. Lembre-se de que no espírito, em palavras e em obras ele deve ser fiel e leal a todos os preceitos e mandamentos do Senhor. Devemos ser fiéis súditos do reino de Cristo, dignos de confiança, para que os que são mundanos possam ter uma fiel imagem das riquezas, da bondade, misericórdia, compaixão e cortesia dos cidadãos do reino de Deus.

Os estudantes que obterão o máximo bem da vida são os que viverem a Palavra de Deus em suas relações e trato com os semelhantes. Os que recebem para dar, experimentarão a maior alegria nesta vida. Aqueles membros da família humana que vivem para si mesmos estão sempre em carência, pois jamais ficam satisfeitos. Não existe cristianismo algum em cercar de simpatia nosso próprio coração egoísta. O Senhor indicou os condutos pelos quais deixa fluir Sua bondade, misericórdia e verdade; e devemos ser coobreiros de Cristo para comunicar a outros sabedoria prática e benevolência. Devemos levar-lhes à vida alegria e bênção, fazendo desse modo um bom e santo trabalho.

Se a escola de Avondale tornar-se um dia o que o Senhor está desejando que seja, o esforço missionário dos professores e estudantes dará fruto. Tanto na escola como fora, súditos bem dispostos serão levados à obediência a Deus. A rebelião que ocorreu no Céu sob a força de uma mentira e o engano que levou Adão e Eva a desobedecerem a lei de Deus abriram as comportas das maldições sobre o mundo; mas todos os que crerem em Cristo poderão se tornar filhos e filhas de Deus. Mediante o poder da verdade podem ser restaurados, e o homem caído pode tornar-se leal a seu Criador. A verdade, peculiar em seu operante poder, é adaptada à mente e coração de pecadores extraviados. Por meio de sua influência a ovelha perdida pode ser reconduzida ao aprisco.

Sejam quais forem a posição ou posses de alguém que tenha o conhecimento da verdade, a Palavra de Deus lhe ensina que tudo quanto tem lhe é entregue como depósito, em confiança. É-lhe fornecido para provar o seu caráter. Seus negócios seculares, seus talentos, renda, oportunidades, tudo deve ser atribuído Àquele a quem ele pertence tanto pela criação como pela redenção. Quando ele usa cada precioso talento em promover a divina e grande obra da educação., quando se esforça em obter o mais completo conhecimento de como ser útil, de como trabalhar pela salvação das almas prestes a perecer, as bênçãos de Deus seguramente acompanharão os seus esforços. Deus nos concede os Seus dons para que possamos servir a outros, tornando-nos assim semelhantes a Ele. Os que recebem os Seus dons para que possam reparti-los com outros, tornam-se semelhantes a Cristo. É em ajudar e erguer a outros que nos tornamos enobrecidos e purificados. Essa é a obra que faz a glória refluir para Deus. Precisamos tornar-nos entendidos nestes pontos. Nossa vida precisa ser purificada de todo egoísmo, pois Deus deseja usar o Seu povo como representante do reino celestial.

Nossas escolas precisam ser dirigidas sob a supervisão de Deus. Há uma obra a ser feita em favor de rapazes e moças, a qual não foi ainda completada. Há um número muito maior de jovens que necessitam das vantagens de nossas escolas de preparo. Eles precisam do curso de preparo manual, que lhes ensinará como levar uma vida ativa, com boa disposição. Toda espécie de trabalho deve estar associada com nossas escolas. Sob a liderança de homens sábios, prudentes, tementes a Deus, devem os estudantes ser ensinados. Cada ramo da obra deve ser dirigido do modo mais completo e sistemático que a longa experiência e a sabedoria nos capacitem a planejar e executar.

Despertem os professores para a importância deste assunto e ensinem agricultura e outras atividades que sejam necessárias ao preparo dos estudantes. Procure cada departamento de trabalho alcançar os melhores resultados.

Seja a ciência da Palavra de Deus introduzida no trabalho, para que os estudantes possam assimilar princípios corretos e alcançar a mais elevada norma possível. Exercitemos as habilidades que Deus nos deu, e apliquemos todas as energias no desenvolvimento da fazenda do Senhor. Devemos estudar e trabalhar para que os melhores resultados e o máximo de rendimento resultem da semeadura, de modo que haja abundante suprimento de alimentos, tanto temporal como espiritual, para que o crescente número de estudantes que serão reunidos sejam treinados como obreiros cristãos.

Temos visto gigantescas árvores caídas e desarraigadas; temos visto o arado sulcando a terra, abrindo profundas valas para o plantio de árvores e a semeadura do grão. Os estudantes estão aprendendo o que significa arar, e que a enxada e a pá, o ancinho e a grade, são todos implementos de honrosa e proveitosa indústria. Erros serão cometidos muitas vezes, mas todo erro está próximo da verdade. A sabedoria será adquirida mediante fracassos, e a energia que se aplica no começo dá esperança de sucesso no fim. A hesitação retardará as coisas, e o mesmo fará a precipitação; mas tudo servirá como lições se o instrumento humano o desejar.

A idéia de que o trabalho é degradante tem levado milhares para a sepultura. Os que realizam somente trabalho manual freqüentemente trabalham em excesso, enquanto os que trabalham com o cérebro sofrem por falta de saudável vigor que o trabalho físico proporciona. Se os intelectuais partilhassem o fardo da classe operária a ponto de terem os músculos fortalecidos, os operários poderiam dedicar parte de seu tempo à cultura mental e moral. Os que se dedicam a hábitos sedentários e literários devem fazer exercícios físicos. A saúde deve ser suficiente incentivo para levá-los a unir o trabalho físico com o mental.