Visões do Céu

Capítulo 6

Nossa Herança Eterna

Herança imortal

Palavras são insuficientes para expressar o valor da herança imortal. A glória, a riqueza e a honra oferecidas pelo Filho de Deus são de infinito valor, e está além da capacidade humana ou mesmo dos anjos alcançar uma exata compreensão de sua dignidade, excelência e magnificência. Se os homens, mergulhados em pecado e degradação recusarem esses favores celestiais, negarem-se a uma vida de obediência, pisotearem os graciosos convites da graça e escolherem as mesquinhas coisas deste mundo, porque são visíveis e convenientes a sua alegria presente, e seguirem o caminho do pecado, Jesus tomará as providências registradas na parábola. Esses não provarão Sua glória, e o convite será estendido a outra classe. -- Testemunhos para a Igreja 2:40.

Tomando posse afinal

Não poderá o Seu povo receber o Reino antes do advento pessoal de Cristo. ... O homem, em seu estado presente, é mortal, corruptível; o reino de Deus, porém, será incorruptível, permanecendo para sempre. Portanto, o homem, em sua condição atual, não pode entrar no reino de Deus. Mas, em vindo Jesus, confere a imortalidade a Seu povo; e então os chama para possuírem o reino de que até ali têm sido apenas herdeiros. -- O Grande Conflito, 322, 323.

Seguro de vida

Mediante a atuação do Espírito Santo, Deus opera uma mudança moral na vida dos que formam o Seu povo, transformando-os à semelhança com Cristo. Então, quando a última trombeta soar aos ouvidos dos mortos que dormem em Cristo, eles sairão para uma nova vida, revestidos com as vestes da salvação. Eles atravessam os portões da Cidade de Deus, acolhidos para a felicidade e alegria de seu Senhor. Gostaria que todos nós compreendêssemos e sempre tivéssemos em mente as alegrias que aguardam aqueles que mantêm os olhos no modelo Jesus Cristo, e nesta vida buscam formar um caráter semelhante ao dEle.

A Palavra de Deus contém nossa apólice de seguro de vida. Comer a carne e beber o sangue do Filho de Deus significa estudar a Palavra e transferir essa Palavra para a vida em obediência a todos os seus preceitos. Aqueles que assim partilham do Filho de Deus tornam-se participantes da natureza divina, são um com Cristo. Respiram uma atmosfera santa em que somente um salvo pode verdadeiramente viver. Levam em sua vida uma garantia dos princípios santos recebidos da Palavra -- sua vida é trabalhada pelo poder do Espírito Santo, e têm um anseio pela imortalidade que será deles mediante a morte e ressurreição de Cristo. Se o corpo terreno entra em decadência, os princípios e sua fé os sustêm, pois são participantes da natureza divina. Em vista de Cristo ter sido levantado dentre os mortos, eles recebem a promessa de ressurreição final e a vida eterna é a sua recompensa.

Esta é uma verdade eterna porque Cristo mesmo a ensinou. Ele Se empenhou em ressuscitar justos mortos, pois deu a vida pela vida do mundo. "Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e igualmente Eu vivo pelo Pai, também quem de Mim se alimenta por Mim viverá." João 6:57. "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá fome; e quem crê em Mim nunca terá sede." João 6:35. -- Carta 82, 1907, citado em Olhando para o Alto, 72 (Meditações Matinais, 1983).

Mansões preparadas para os remidos

Quão grande será a alegria quando os remidos do Senhor se encontrarem -- reunidos nas mansões para eles preparadas! Oh, que regozijo para todos os que têm sido imparciais e desinteressados cooperadores de Deus em levar avante a Sua obra na Terra! Que satisfação terão todos os ceifeiros quando se ouvir a voz clara e musical de Jesus dizendo: "Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." Entrai "no gozo do teu Senhor". Mateus 25:34, 21. -- Conselhos Sobre Mordomia, 348.

Direito ao reino

Temos Sua promessa. Temos o direito de posse à propriedade real no reino da glória. Nunca foi elaborado um título de propriedade mais estritamente de acordo com a lei, nem assinado de modo mais legível, do que o que dá ao povo de Deus o direito às mansões celestiais. "Não se turbe o vosso coração", diz Cristo; "credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando Eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também." João 14:1-3. -- Este Dia com Deus, 23 (Meditações Matinais, 1980).

Coroas para os fiéis

Quando o Senhor recolher as Suas jóias, os fiéis, os francos, os sinceros, serão olhados com agrado. Os anjos acham-se empenhados em fazer coroas para esses, e nessas coroas cravejadas de estrelas se refletirá com esplendor a luz irradiada do trono de Deus.

Falemos das coisas celestiais. Falemos de Jesus, de Sua amabilidade e glória, e de Seu imperecível amor por nós, e deixemos que o coração transborde de amor e gratidão para com Ele, que morreu para nos salvar. Oh, preparemo-nos para encontrar com nosso Senhor em paz! Os que estiverem preparados receberão em breve uma incorruptível coroa de vida, e habitarão para sempre no reino de Deus, com Cristo, com os anjos, e com os que foram redimidos pelo precioso sangue de Cristo.

Uma coroa de glória... nos está reservada, a nós que esperamos, amamos e anelamos o aparecimento do Salvador.

Serão os expectantes que hão de ser coroados de glória, honra e imortalidade. Não temos de falar das honras do mundo, ou do louvor de seus grandes. Tudo isso é vaidade. Se Deus apenas neles tocar com Seu dedo, voltarão prontamente ao pó outra vez. Eu quero honra perdurável, honra imortal, honra que jamais perecerá; uma coroa mais preciosa do que qualquer uma das que já ornaram a fronte de um rei.

Naquele dia, os remidos refletirão a glória do Pai e do Filho. Os anjos do Céu, tocando suas harpas de ouro, darão as boas-vindas ao Rei, e aos que são os troféus de Sua vitória -- os que foram lavados e embranquecidos no sangue do Cordeiro. Ressoará um canto de triunfo, enchendo todo o Céu. Cristo venceu. Entra nas cortes celestiais acompanhado daqueles que redimiu, as testemunhas de que Sua missão de sofrimento e sacrifício não foi em vão.

Vi então um inumerável exército de anjos trazerem da cidade gloriosas coroas com nomes escritos, uma para cada santo. Pedindo Jesus as coroas aos anjos, apresentaram-nas a Ele, e com Suas próprias mãos o adorável Jesus as colocou sobre a cabeça dos santos. Do mesmo modo, os anjos trouxeram as harpas, e Jesus as apresentou também aos santos. Os anjos dirigentes desferiram em primeiro lugar o tom, e então todas as vozes se alçaram em louvor grato e feliz, e todas as mãos deslizaram habilmente sobre as cordas da harpa, originando uma música melodiosa, com acordes abundantes e perfeitos. ...

Dentro da cidade havia tudo para deleitar a vista. Contemplavam por toda a parte uma intensa glória. Então Jesus olhou para os Seus santos remidos; seus rostos estavam radiantes de glória; e, fixando Seu olhar amorável sobre eles, disse com Sua preciosa e melodiosa voz: "Vejo o trabalho de Minha alma, e estou satisfeito. Esta magnificente glória é de vocês, para a fruíres eternamente. Suas tristezas estão terminadas. Não mais haverá morte, nem tristeza, nem pranto; tampouco haverá mais dor." ...

Vi então Jesus levando Seu povo à árvore da vida. ... Na árvore da vida havia belíssimo fruto, do qual os santos poderiam participar livremente. Na cidade havia um trono gloriosíssimo, do qual provinha um rio puro de água da vida, claro como cristal. Em cada lado desse rio estava a árvore da vida, e nas margens do rio havia outras belas árvores, produzindo fruto que era bom para alimento.

A linguagem é demasiadamente fraca para tentar uma descrição do Céu. Apresentando-se diante de mim aquela cena, fico inteiramente absorta. Enlevada pelo insuperável esplendor e excelente glória, deponho a pena e exclamo: "Oh, que amor! que amor maravilhoso!" A linguagem mais exaltada não consegue descrever a glória do Céu, ou as profundidades incomparáveis do amor de um Salvador. -- Maranata, o Senhor Vem, 307, 308 (Meditações Matinais, 1977).

Roupas belíssimas e coroas gloriosas

Os herdeiros de Deus vieram dos esconderijos, das choças, dos calabouços, dos cadafalsos, das montanhas, dos desertos, das covas da Terra, das cavernas do mar. ... Não mais são fracos, aflitos, dispersos e opressos. Agora devem estar sempre com o Senhor. Acham-se diante do trono com vestes mais ricas do que já usaram os mais honrados da Terra. Estão coroados com diademas mais gloriosos do que os que já foram colocados na fronte dos reis terrestres. Os dias de dores e prantos acabaram-se para sempre. O Rei da glória enxugou as lágrimas de todos os rostos; removeu-se toda a causa de pesar. Por entre o agitar dos ramos de palmeiras, derramam um cântico de louvor, claro, suave e melodioso; todas as vozes apreendem a harmonia até que reboa pelas abóbadas do Céu. -- O Grande Conflito, 650.

Coroas, harpas e ramos de palmeiras

Antes de entrar na cidade de Deus, o Salvador concede a Seus seguidores os emblemas da vitória, conferindo-lhes as insígnias de sua condição real. As fileiras esplendentes são dispostas em forma de um quadrado aberto ao centro, em redor de seu Rei, que Se ergue majestosamente muito acima dos santos e anjos e de cujo rosto irradia benigno amor a todos.

Por toda a hoste inumerável dos resgatados, todos os olhares se acham fixos nEle, todos os olhos contemplam a glória dAquele cujo "parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua figura mais do que a dos filhos dos homens". Sobre a cabeça dos vencedores, Jesus com Sua própria destra põe a coroa de glória. Para cada um há uma coroa que traz o seu "novo nome" (Apocalipse 2:17), e a inscrição: "Santidade ao Senhor." Em cada mão são colocadas a palma do vencedor e a harpa resplandecente. Então, ao desferirem as notas os anjos dirigentes, todas as mãos deslizam com maestria sobre as cordas da harpa, tirando-lhes suave música em ricos e melodiosos acordes. Indizível arrebatamento faz vibrar todo coração, e toda voz se ergue em grato louvor: "Àquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele glória e poder para todo o sempre." Apocalipse 1:5, 6. -- O Grande Conflito, 645, 646.