Caim
Apesar de Caim haver merecido a sentença de morte pelos seus crimes, um Criador misericordioso ainda lhe poupou a vida, e concedeu-lhe oportunidade para o arrependimento. Mas Caim viveu apenas para endurecer o coração, para incentivar a rebelião contra a autoridade divina, e tornar-se o chefe de uma linhagem de pecadores ousados e perdidos. Esse único apóstata, dirigido por Satanás, tornou-se o tentador para outros; e seu exemplo e influência exerceram uma força desmoralizadora, até que a Terra se corrompeu e se encheu de violência a ponto de reclamar a sua destruição. -- Patriarcas e Profetas, 78.
A mulher de Ló
Se o próprio Ló não houvesse manifestado hesitação em obedecer à advertência do anjo, antes tivesse ansiosamente fugido para as montanhas, sem uma palavra de insistência ou súplica, sua esposa teria também podido escapar. A influência de seu exemplo a teria salvo do pecado que selou a sua perdição. Mas a hesitação e demora dele fizeram com que ela considerasse levianamente a advertência divina. Ao mesmo tempo em que seu corpo estava sobre a planície, o coração apegava-se a Sodoma, e ela pereceu com Sodoma. Rebelara-se contra Deus porque Seus juízos envolviam na ruína as posses e os filhos. Posto que tão grandemente favorecida ao ser chamada da ímpia cidade, entendeu que era tratada severamente, porque a riqueza que tinha levado anos para acumular devia ser deixada para a destruição. Em vez de aceitar com gratidão o livramento, presunçosamente olhou para trás, desejando a vida daqueles que haviam rejeitado a advertência divina. Seu pecado mostrou ser ela indigna da vida, por cuja preservação tão pouca gratidão sentira. -- Patriarcas e Profetas, 161, 162.
O rei Saul
Saul sabia que nessa última ação, de consultar a médium de Endor, estava rompendo o único fio que ainda o ligava a Deus. O que não conseguira antes, com toda a sua obstinação, era agora final e definitivo: esse ato selou a sua separação de Deus. E chegou a fazer um concerto com a morte, um acordo com o inferno. O cálice da sua iniqüidade transbordou. -- The Spirit of Prophecy 1:376, 377.
Judas
Deus determinou meios, para que, se nós os usarmos diligentemente e com oração, nenhuma nau sofra naufrágio, mas subsista à tempestade e à tormenta, e ancore num Céu de bem-aventuranças afinal. Mas se desprezarmos e negligenciarmos esses decretos e privilégios, Deus não realizará um milagre para salvar a qualquer um de nós, e estaremos perdidos como Judas e Satanás. -- Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, 453.
Herodes, Herodias, Pilatos e outras pessoas
E agora, perante a multidão agitada, revelam-se as cenas finais -- o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calvário, o Príncipe do Céu suspenso na cruz; os altivos sacerdotes e a plebe zombeteira a escarnecer de Sua agonia mortal, as trevas sobrenaturais; a Terra a palpitar, as pedras despedaçadas, as sepulturas abertas, assinalando o momento em que o Redentor do mundo rendeu a vida.
O terrível espetáculo aparece exatamente como foi. Satanás, seus anjos e súditos não têm poder para se desviarem do quadro que é a sua própria obra. Cada ator relembra a parte que desempenhou. Herodes, matando as inocentes crianças de Belém, a fim de que pudesse destruir o Rei de Israel; a vil Herodias, sobre cuja alma criminosa repousa o sangue de João Batista; o fraco Pilatos, subserviente às circunstâncias; os soldados zombadores; os sacerdotes e príncipes, e a multidão furiosa que clamou: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!" -- todos contemplam a enormidade de seu crime. Em vão procuram ocultar-se da majestade divina de Seu rosto, mais resplandecente que o Sol, enquanto os remidos lançam suas coroas aos pés do Salvador, exclamando: "Ele morreu por mim!" -- O Grande Conflito, 667.
Os que escarneceram de Sua declaração de ser Ele o Filho de Deus estão agora mudos. Ali está o altivo Herodes, que zombou de Seu título real, mandando os soldados zombadores coroá-Lo rei. Estão ali os mesmos homens que com mãos ímpias Lhe colocaram sobre o corpo o manto de púrpura, e sobre a fronte sagrada a coroa de espinhos, e na mão, que não opunha resistência, uma imitação de cetro, e diante dEle se curvavam em zombaria blasfema. Os homens que bateram e cuspiram no Príncipe da vida, agora se desviam de Seu penetrante olhar, procurando fugir da subjugante glória de Sua presença. Aqueles que introduziram os cravos através de Suas mãos e pés, o soldado que Lhe feriu o lado, contemplam esses sinais com terror e remorso.
Com terrível precisão sacerdotes e príncipes recordam-se dos acontecimentos do Calvário. Estremecendo de horror, lembram-se de como, movendo a cabeça em satânica alegria, exclamaram: "Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nEle; confiou em Deus; livre-O agora, se O ama." Mateus 27:42, 43.
Vividamente relembram a parábola dos lavradores que se recusaram a entregar a seu senhor o fruto da vinha, maltrataram seus servos, e lhe mataram o filho. Lembram-se também da sentença que eles próprios pronunciaram: O senhor da vinha "dará afrontosa morte aos maus". No pecado e castigo daqueles homens infiéis, vêem os sacerdotes e anciãos seu próprio procedimento e sua própria justa condenação. E, agora, ergue-se um clamor de agonia mortal. Mais alto do que o grito -- "Crucifica-O, crucifica-O", que repercutiu pelas ruas de Jerusalém, reboa o pranto terrível, desesperado: "Ele é o Filho de Deus! Ele é o verdadeiro Messias!" Procuram fugir da presença do Rei dos reis. Nas profundas cavernas da Terra, fendida pela luta dos elementos, tentam em vão esconder-se. -- O Grande Conflito, 643, 644.
Nero e sua mãe; sacerdotes e pontífices
Entre a multidão resgatada acham-se os apóstolos de Cristo, o heróico Paulo, o ardoroso Pedro, o amado e amante João, e seus fiéis irmãos, e com estes o vasto exército dos mártires, ao passo que, fora dos muros, com tudo o que é vil e abominável, estão aqueles pelos quais foram perseguidos, presos e mortos. Ali está Nero, aquele monstro de crueldade e vício, contemplando a alegria e exaltação daqueles que torturara, e em cujas aflições extremas encontrara deleite satânico. Sua mãe ali está para testemunhar o resultado de sua própria obra; para ver como os maus traços de caráter transmitidos a seu filho, as paixões incentivadas e desenvolvidas por sua influência e exemplo, produziram frutos nos crimes que fizeram o mundo estremecer.
Ali estão sacerdotes e prelados católicos, que pretendiam ser embaixadores de Cristo e, no entanto, empregaram a tortura, a masmorra, a fogueira para dominar a consciência de Seu povo. Ali estão os orgulhosos pontífices que se exaltaram acima de Deus e pretenderam mudar a lei do Altíssimo. Aqueles pretensos pais da igreja têm uma conta a prestar a Deus, da qual muito desejariam livrar-se. Demasiado tarde chegam a ver que o Onisciente é zeloso de Sua lei, e que de nenhuma maneira terá por inocente o culpado. Aprendem agora que Cristo identifica Seu interesse com o de Seu povo sofredor; e sentem a força de Suas palavras: "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mateus 25:40. -- O Grande Conflito, 667, 668.
Os ímpios de todas as gerações
Com assustadora majestade, Ele [Cristo] chama os ímpios mortos. Eles se levantam de seu longo sono. Que terrível despertar! Eles contemplam o Filho de Deus em Sua austera majestade e resplendente glória. Todos, assim que O contemplam, percebem que Ele é o crucificado que morreu para os salvar, Aquele a quem desprezaram e rejeitaram. São tão numerosos quanto a areia do mar. Na primeira ressurreição, todos saíram radiantes de imortalidade, mas na segunda o que se destaca em todos são as visíveis marcas da culpa. Todos saem assim como foram para a sepultura.
Os antediluvianos saem com sua estatura de gigantes, mais do que o dobro da altura dos homens que agora vivem sobre a Terra, e com um corpo bem proporcional. As gerações que vieram após o dilúvio diminuíram de estatura. Houve um contínuo decréscimo através de sucessivas gerações. O contraste entre os primeiros ímpios e os últimos é enorme. Os primeiros eram imponentes, de porte atlético, elegantes, enquanto que os da geração final são raquíticos, fracos e deformados. -- Spiritual Gifts 3:84.
Com diabólica exultação [Satanás] aponta para os incontáveis milhões que ressuscitaram dos mortos, e declara que como seu guia é perfeitamente capaz de tomar a cidade, reavendo seu trono e reino.
Naquela vasta multidão há muitos que pertenceram à raça de grande longevidade que existiu antes do dilúvio; homens de estatura elevada e gigantesco intelecto, os quais, entregando-se ao domínio dos anjos caídos, dedicaram toda a sua habilidade e saber à exaltação própria; homens cujas maravilhosas obras de arte levaram o mundo a lhe idolatrar o gênio, mas cuja crueldade e invenções más, contaminando a Terra e desfigurando a imagem de Deus, fizeram-nO exterminá-los da face de Sua criação. Há reis e generais que venceram nações, homens valentes que nunca perderam batalha, guerreiros orgulhosos, ambiciosos, cuja aproximação fazia tremer os reinos. Na morte não experimentaram mudança alguma. Ao saírem da sepultura, retomam o fio de seus pensamentos exatamente onde ele cessou. São movidos pelo mesmo desejo de vencer, que os governava quando tombaram. -- O Grande Conflito, 663, 664.
Vida de egoísmo
Ninguém suponha que possa viver vida de egoísmo, e então, tendo servido aos próprios interesses, entrar no gozo do Senhor. Não puderam participar da alegria de um amor desinteressado. Não se adaptariam às cortes celestes. Não poderiam apreciar a pura atmosfera de amor que impregna o Céu. As vozes dos anjos e a música de suas harpas não lhes agradariam. Para sua mente a ciência do Céu seria um enigma. -- Parábolas de Jesus, 364, 365.
Espiritualmente adormecidos
Quão pouco sofrem os jovens, ou negam a si mesmos, por sua religião! Sacrificar-se, é coisa de que mal se pensa entre eles. Deixam inteiramente de imitar o Modelo nesse aspecto. Vi que a linguagem de sua vida é: O eu tem de ser satisfeito; é preciso condescender com o orgulho. Desprezam o "Homem de dores, e experimentado nos trabalhos". Isaías 53:3. Os sofrimentos de Jesus no Getsêmani, as grandes gotas de sangue no jardim, a coroa entretecida de espinhos que Lhe feriram a fronte santa, não os comovem. Ficaram entorpecidos. Suas sensibilidades estão embotadas, e perderam todo o senso do grande sacrifício por eles feito. Podem sentar-se e escutar a história da cruz, ouvir como os cravos cruéis foram pregados nas mãos e pés do Filho de Deus, sem que isso lhes mova as profundezas do ser.
Disse o anjo: "Fossem esses introduzidos na cidade de Deus, e fosse-lhes dito que toda a sua suntuosa beleza e esplendor lhes pertencia para a desfrutarem para sempre, e eles não teriam a menor compreensão do alto preço pelo qual essa herança lhes fora adquirida. Jamais avaliariam as incomparáveis profundezas do amor do Salvador. Não beberam do cálice, nem foram lavados com o batismo. O Céu seria manchado se tais pessoas houvessem de morar ali. Unicamente os que partilharam dos sofrimentos do Filho de Deus, 'vieram de grande tribulação, e lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro' (Apocalipse 7:14), podem desfrutar da indescritível glória e insuperável beleza do Céu." -- Testemunhos para a Igreja 1:155.
Vi um anjo com balanças na mão, pesando os pensamentos e interesses do povo de Deus, especialmente dos jovens. Num prato estavam os pensamentos e interesses que tendiam para o Céu; no outro achavam-se os que se inclinavam para a Terra. E nessa balança era lançada toda leitura de romances, pensamentos acerca do vestuário e exibição, vaidade, orgulho, etc. Oh! que momento solene! Os anjos de Deus em pé com balanças, pesando os pensamentos de Seus professos filhos -- aqueles que pretendem estar mortos para o mundo e vivos para Deus! O prato cheio dos pensamentos da Terra, vaidade e orgulho, desceu rapidamente, e não obstante peso após peso rolou do prato. O que continha os pensamentos e interesses que se voltavam para o Céu subiu ligeiro enquanto o outro descia e, oh! quão leve estava ele! Posso relatar isso pelo que vi, mas nunca poderei dar a impressão solene e vívida gravada em minha mente, ao ver o anjo com a balança pesando os pensamentos e interesse do povo de Deus. Disse o anjo: "Podem esses entrar no Céu? Não, não, nunca. Diga-lhes que a esperança que agora possuem é vã, e a menos que se arrependam depressa e obtenham a salvação, hão de perecer." -- Testemunhos para a Igreja 1:155.
Os que condescendem com o pecado
Devido ao pecado, Satanás foi expulso do Céu; e ninguém que condescenda com o pecado e o acaricie poderá ir para o Céu, pois nesse caso Satanás outra vez conseguiria firmar-se ali. -- Testemunhos para a Igreja 4:346.
O céu seria uma tortura para o rebelde
Poderiam aqueles cuja vida foi empregada em rebelião contra Deus ser subitamente transportados para o Céu, e testemunhar o estado elevado e santo de perfeição que ali sempre existe, estando toda alma cheia de amor, todo rosto irradiando alegria, ecoando em honra de Deus e do Cordeiro uma arrebatadora música em acordes melodiosos, e fluindo da face dAquele que Se assenta sobre o trono uma incessante torrente de luz sobre os remidos; sim, poderiam aqueles cujo coração está cheio de ódio a Deus, à verdade e santidade, unir-se à multidão celestial e participar de seus cânticos de louvor? Poderiam suportar a glória de Deus e do Cordeiro? Não, absolutamente; anos de graça lhes foram concedidos, a fim de que pudessem formar caráter para o Céu; eles, porém, nunca exercitaram a mente no amor à pureza; nunca aprenderam a linguagem do Céu, e agora é demasiado tarde. Uma vida inteira de rebeldia contra Deus os incapacitou para o Céu. A pureza, santidade e paz dali lhes seriam uma tortura; a glória de Deus seria um fogo consumidor. Almejariam fugir daquele santo lugar. Receberiam alegremente a destruição, para que pudessem esconder-se da face dAquele que morreu para os remir. O destino dos ímpios se fixa por sua própria escolha. Sua exclusão do Céu é espontânea, da sua parte, e justa e misericordiosa da parte de Deus. -- O Grande Conflito, 542, 543.